segunda-feira, 15 de junho de 2009

Os santos

Toni- Bolas, já não percebo nada... quem é que ganhou as marchas?

Zé Tó-  O Castelo   e    uns outros...

Toni- ...isto agora já toda a gente ganha...

Zé Tó- toda a gente ,,, quem?

Toni- A tua mãe e tal...

Zé Tó- A minha mãe? tu não sabes o que dizes...tu és parvo

Gog

Temos palavras novas.... para além de Gog e Magog, as férias são giras, as palavras Gog e Magog são giras, mas temos que ter a noção que: iupog e eusimpog também podem ser interessantes, vamos acreditar mais em palavras acabadas em og.... og é bom

queríamos ter continuado de férias

v

terça-feira, 12 de maio de 2009

Monopólio

Os monopolizadores são pessoas que, enquanto miúdos ou miúdas, jogavam muito ao Monopólio e eram sempre jogadores e banco ao mesmo tempo.

Os monopolizadores quando cresceram, pelo menos a maior parte deles, tornaram-se empresários e gordos. O que não é mau, porque conforme nos foi ensinado, é necessário existirem empresários e gordos: como por exemplo, os insectos, também são necessários para comer outros insectos e defecar em cima de flores para que as flores deitem uma coisa qualquer para chão para as larvas comerem para estrumar o solo e conseguirmos plantar coisinhas nas hortas, ou seja, para equilibrar o ecossistema e tal.Os monopolizadores que não ficaram gordos, monopolizam conversas e mais recentemente, o facebook. E não se pode fazer nada porque isso seria desequilibrar o ecossistema onde os monopolizadores criaram o seu habitat. Numa conversa de café não se pode, propositadamente, ignorar um(a) monopolizador(a).  Ao ignorar um(a) monopolizador(a) podemos estar a mudar o rumo dos acontecimentos do cosmos, não se pode fingir que não se ouve ou que preferimos ouvir outra pessoa na roda da conversa, o que devemos fazer é: continuar a olhar para a cara d0(a)  monopolizador(a) e acenar com a cabeça até que ele ou ela se canse e vá para casa dormir. 

No facebook ainda é muito mais dificil lidar com monopolizadores, não se pode dizer-lhes que é absurdo estarem constantemente a postar videos , fotos de viagem ou saídas à noite, e comentários tipo "apetecia-me estar em Nova York", não, não se pode dizer nada (porque afinal é para isso que aquilo serve e dizer algo seria um descalabro para o ecossistema), neste caso o ideal é ignorar, mas não pode ser um ignorar activo, terá que ser um ignorar passivo, para ninguém perceber que aquilo irrita-nos a pele e que nos apetecia rebentar com ecossistemas inteiros.

Voltarizador

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Outra vez

Acabei de não ganhar o euromilhões outra vez. O que já começa ser desesperante, a minha sorte é que- raramente jogo. Se jogasse inveteradamente, tenho quase a certeza, andava já por aí de G3 aos tiros aos pássaros. Aqui estão as duas coisas que realmente abomino, pássaros e não ganhar, nem uma única vez, o euromilhões. Há outras coisas que abomino, mas essas tomaram todas a forma de pessoas, é torna-se difícil enumerar por causa dos nomes esquisitos que adoptaram.

O euromilhões só serve, na minha opinião, para uma coisa: serve para fazer o comum sonhar durante uns minutos que é incomum. Os pássaros, ainda servem para comer, mas nem todos. Por exemplo, por mim, acabava-se com as andorinhas, até porque já não dá para perceber quando é que é, ou quando, deixa de ser primavera. E já agora o verão, o inverno e o outono. Isto tá tudo mudado- dizem todos aqueles que conheciam as estações como a palma da mão. Eu realmente percebo pouco disso, só sei que não gosto de frio e de chuva juntos, e de pássaros. O euromilhões que se lixe.

Voltinhas

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Aquilo

Li, pela segunda vez, a Constituição da República Portuguesa depois da sexta Revisão Constitucional de 2004.

O Preâmbulo começa com o 25 de Abril de 1974 e com palavras como fascismo, revolução, ditadura, direitos e liberdades, tudo coisas que já passaram à história... ahahahah!

Chamo a atenção para vários artigos: nos Príncipios Fundamentais, o artº9, depois os artigos: 21º, 22º,27º,35º, 37º, 42º,45º e depois os: 57º, 58º, 63º, 73º,110º, 120º,e como ainda não cheguei aos  tribunais, às autarquias e aos bancos e financeiras, mais vale uma certa quantidade de pessoas neste país lerem a Constituição. Se é que ainda faz sentido...

Voltuguês

terça-feira, 28 de abril de 2009

o 1º Toni e Zé Tó

O Toni e o Zé-Tó.

Toni- Viste ontem a entrevista da cota?

Zé-Tó- Atão não vi, fosga-se, viste o gajo a fazer-se a ela?

Toni- Atão não vi!

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Tantos vinte e cincos de abris

Penso que já não participava em comemorações do 25 de Abril haveria já cinco ou seis anos, aliás , talvez mais.

Desta feita, por obrigação mas também por vontade, participei de uma forma que a senti activa. Senti a força do 25 de Abril a diminuir ao segundo que se passava, senti o sentimento democrático doente e em convalescença, senti que quase ninguém se interessa pela recentíssima revolução e que os que o sentem, sentem duma forma religiosa. Este forma religiosa de sentir Abril assemelha-se aos beatos de Fátima, vão lá todos os anos, todos os anos andam para cima e para baixo com velas ou cravos, fazem umas patuscadas e bebem uns copos, gritam ou cantam umas palavras de ordem e depois vão para casa rebanhamente e assistem pela televisão ao cair e ao desgraçar duma ou outra infante democracia.

Outros há, que já gozam com o 25 de Abril, pudera, os pais deles não o sentiram e não o sentem, os seus professores não o viveram e não o vivem, os seus ídolos não o conheceram e não o conhecem, os seus governantes não o respeitaram e não o respeitam.

Ainda existem outros que não sabem nada do 25 de Abril, aquilo passa-lhes mesmo ao lado, ouvi alguém de um palanque a falar sobre :comemorar a independência do 25 de abril. Formei ainda uma ideia mais gira, que tal: Foi na guerra do 25 de Abril (não confundir com a Abrilada) que conseguimos a independência do Brasil.

E os outros, os desrespeitadores, os de Santa Comba Dão, os que dizem que o 25 de Abril é como outro dia qualquer, e que inauguram praças ou largos com o nome do Dr. Salazar por coincidência no dia 25... e os palhaços estrangeiros dos países eis comunistas que afinal acham que o Salazar é uma boa figura como pai de uma nação... e mais, e mais... e para que é que isto serviu?

Porra para isto.

Volteiro Maia

terça-feira, 21 de abril de 2009

As petingas são as culpadas

Hoje comi petingas ao jantar. Com isto devo ter atacado muitos defensores das sardinhas bébés. Mas sinto-me culpado? Não. E porquê? Não sei. Talvez devesse sentir-me culpado, mas já me sinto culpado de tantas outras coisas. Existe uma culpa em todos nós, que não pode estar ligado ao nosso nascimento, do qual não tivemos culpa nenhuma, mas que está intimamente ligada ao nosso processo de socialização. Esta culpa, no sentido lato, acompanha-nos a vida toda, um pouco como o pé de atleta, para quem começou a tomar banho no ciclo preparatório sem chinelos. É realmente um sentimento parvo, mas é cómodo e ajuda a encontrar razões materiais e espirituais para a vida. No Direito fala-se de uma culpa estranha, uma culpa consciente, uma culpa que não é bem culpa porque realmente não acreditamos que exista dolo em qualquer movimento ou acção por nós posto em prática. Ora , é aí que me revejo, nesta situação de sentido restrito, as petingas, não me sinto culpado, como não me senti culpado a picar os coentros bébés e os alhos crianças para fazer as migas que acompanharam as petingas fritas.

Volatério

sábado, 18 de abril de 2009

Paloco, Potas e Costeletas à Javali

A culinária, a arte de cozinhar e misturar alimentos e condimentos; a arte de inovar processos de digestabilidade; de aliar sensações do paladar  à necessidade biológica da alimentação, é nos nossos dias digna de tanto respeito quanto qualquer outra arte, ou ainda mais. Hoje os cozinheiros são elevados a mestres e os restaurantes ( do melhor ao menos mau) feitos santuários.

Ao mesmo tempo, hoje é a hora em que a figura de "gato por lebre" mais sentido faz. É fácil perceber que face à necessidade absurda de fazer dinheiro fácil , a que esta sociedade nos coage, muitos restaurantes ( e os homens e mulheres por detrás deles) nos servem, não gato por lebre (ninguém seria capaz de sacar a pele ao bichano e partir-lhe os ossinhos todos), mas paloco por bacalhau (porque ninguém tem um paloco em casa a vomitar bolas de pêlo), pota por polvo (não se vê em nenhum livro de crianças uma pota a brincar com um novelo de lã) ou costeleta dum porco grande por costeleta de javali (normalmente nem há fingimento, o nome do prato chama-se costeleta à javali na brasa e não costeleta de javali na brasa). Ora, a minha questão,  embora não saiba ainda bem qual ela é, será sempre pertinente. E das duas uma, ou quero que realmente se coma aquilo que vem no cardápio ou então quero experimentar comer gato. 

Gosto imenso de um civet de lebre, não sei como seria de gato, porque tenho a certeza que nunca o serviram como lebre, mas também tenho a certeza que já me serviram coelho por lebre, que me serviram paloco por bacalhau, pastéis de batata por pastéis de bacalhau, salada e arroz de tentáculos de pota por salada e arroz de polvo, cascas de restos de caranguejo e delicias do mar(que são restos de caranguejos) por cascas de sapateira, fracas por faisões, e etc... etc...

Acho que a questão é a seguinte, ou começamos a comer tudo aquilo que lá está escrito, ou então partimos do pressuposto que tudo é gato por lebre, isto tudo, por uma questão de coerência. Portanto ao pedir lebre quero mesmo comer gato, ao pedir bacalhau quero mesmo é um paloco à Zé do Pipo.

Parem de brincar com as nossas papilas gustativas e com o nosso palato.

Ferran Voltaren

terça-feira, 14 de abril de 2009

Este post é uma grande treta

"The only thing I was fit for was to be a writer, and this notion rested solely on my suspicion that I would never be fit for real work, and that writing didn't require any."

Russel Baker

Encontrei há algum tempo um texto sobre o jornalismo americano, de um jornalista/escritor vencedor daqueles prémios de que todos se vangloriam nos EUA, que são os Pulitzer. O texto era muito interessante, chamava-se "Goodbye to newspapers" e era de Russel Baker, difundido no The New York Review of Books.  Despertou-me a curiosidade, porque argumentava sobre um tema que tem captado a minha atenção.

Mas, não conhecendo o seu autor, pesquisei superficialmente o homem e embora não tendo encontrado nada de especial, nada que me prendesse a atenção por algumas horas, encontrei esta "quotation" que fez tlim tlão nos minhas celulazinhas químicas do cérebro.

Não é a mais profunda citação conhecida, nem é um axioma que nos dirija a vida, como máxima não tem a força de incontáveis formulas latinas, mas pessoalmente atingiu-me nos testículos. Atingiu-me, não porque considere que a única coisa que tenho jeito é escrever, bem queria que assim fosse, mas não tenho. Acertou-me nos tomates porque não tenho jeito para quase nada que possa ser considerado "real work", nem um pingo de paciência para o trabalho real, não tiro de lá a mínima satisfação, e gostava de ser  o contrário, de trabalhar e gostar.  

Toda a minha vida quis ser escritor, das mais variadas formas, quis ser jornalista, poeta, romancista, dramaturgo, ensaísta, sei lá qualquer coisa... Estudei para o conseguir, aliás estudei muito pouco, bastaria para isso encontrar os meus resultados académicos, que provariam que afinal não estudei quase nada. Mas andei lá, para a frente e para trás nos corredores da faculdade, a falar de literatura com quem acha que sabe, é certo que alguns sabiam mesmo, eu é que ainda não tinha percebido que não sabia. 

É difícil, um dia, tomar conhecimento que não és aquilo que pensas ou que gostarias de ser. E que possivelmente não és escritor, embora ainda hoje te enganes, embora ainda hoje estejas a escrever, embora continues a escrever livros e textos, páginas e páginas, simplesmente percebes que não és escritor, porque não sabes, porque não és bom, porque não tens aquilo que é preciso...

E, depois destas tagarelices clichés, a verdade é que: estimo bem é que a literatura vá ... nem sei bem para onde. Aliás, tenho que deixar isto e voltar ao livro que estou a escrever. Haverá melhor maneira de viver a vida do que contrariando ela mesma? Isso sim, isso é importante escrever. Como por exemplo escrever sobre a quantidade de pessoas que te enganam com o paloco em vez do bacalhau ou com os tentáculos de pota em vez do polvo.

E mais , este post todo é uma grande treta.

Eu Voltaire

quinta-feira, 9 de abril de 2009

dois apontamentos

Dois apontamentos sobre o dia de ontem, quarta feira:

A capa do Record- Ao contrário de todos os jornais desportivos portugueses e ao contrário dos generalistas também, o Record não dá a primazia ao extraordinário resultado do Futebol Clube do Porto em Manchester. Uma exibição de nível a que infelizmente não estamos habituados, mas infelizmente estamos habituados a ver as mesmas caras e os mesmos assuntos nas manchetes deste diário. É ininteligível.

O artigo de Norberto Santos, redactor principal do Record, no excelente site/blogue de Ténis www.bolamarela.com- O artigo é uma defesa da comunicação social, a todos os níveis, em relação a um facto indesmentível, que é o pouco interesse da mesma em relação ao Ténis. Ora, é óbvio, que a comunicação social, geralmente não tem respeito pelas modalidades que não o futebol, e isto está à vista de todos, e não é por acontecer nesta altura uma melhoria relativa por obra da fantástica carreira do nº1 português, Frederico Gil, que se esquece o esquecimento votado ao Ténis e ao próprio Gil nos últimos anos. Desde 2006 ou 2007, que sigo a carreira internacional do tenista português, e não só de Gil, mas do Rui Machado, do João Sousa, do Leonardo Tavares, do Gastão Elias, da Michelle Larcher de Brito, da Neuza Silva, da Frederica Piedade e de outros e outras, e não é nesta comunicação social, de que fala Norberto Santos, que encontro as noticias relativas a eles, aos seus resultados, as suas subidas e descidas nos rankings, as suas exibições e etc... Nota-se, hoje, uma diferença em relação à Sportv, que aproveitando o facto de terem capacidades económicas para tal, apostaram um pouco mais no ténis, embora já se visse alguns Masters e outros torneios, tivemos a agradável surpresa de ver os quartos e as meias finais de Costa do Sauípe onde participou o Gil, e agora compraram os direitos do Open de Casablanca, onde também está o Gil, e congratulo-os por isso. Mas, daí a dizer que a comunicação social dá o devido espaço ao Ténis, isso é um exagero e um exagero perigoso.

É isso e as couves!

Volténis

terça-feira, 7 de abril de 2009

O Ópio do Povo e a MTV

Num jogo, em que se jogasse a Taça Ópio do Povo, entre a Televisão e o Futebol, teria que ser a duas mãos, teria que existir finalíssima, prolongamento e penalties , para encontrar o vencedor. Para já, TV e Futebol andam de mãos dadas, TV sem futebol perde algum interesse e o futebol sem a TV, nos nossos dias, acabava.

Eu, contudo, assumo-me como opiado, de uma maneira que ainda acredito que posso largá-lo quando quiser.

Na minha opinião, ao contrário do saber popular, a taça iria para a sala de troféus da Televisão.

Hoje, perdi, e digo- Perdi!, porque perdi mesmo, quinze minutos da minha vida a ver a MTV, que podia bem chamar-se: Muita Trampa Venenosa. E é mesmo de veneno que se trata.

O programa, que apanhei a meio, era qualquer coisa ...Teenagers Cribs, e é imensurável a radiação, mental e cultural, nociva que aquilo espalha na mente de um qualquer adolescente. Um programa televisivo tão funesto e nefasto, deveria ser gravado em VHS ou em Beta (que é maior) e enfiado á força no desprevenido ânus da pessoa (ou pessoas) que daquilo se lembrou.

O programa mostra, à partida, as casas dos pais de um ou outro adolescente rico e opulento que faz de cicerone e mostra a propriedade a uma equipa de TV que passa para o lado de cá do televisor uma serie de ostentações ridículas e desprezíveis em direcção a um público que não está preparado para lidar com tamanha soberba. Chegando, com certeza, a um ponto de o desejar e de os invejar.

Eu não tenho nada contra os ricos, eu próprio, sou uma rica pessoa, mas tratar a riqueza e a opulência como entretenimento e desta forma e direccionada a este público, está a um passo da ignomínia, se é que, não passou a ignomínia lá para o outro lado.

Um desfile vaidoso e presunçoso de carros, cozinhas equipadas com lasers, sanitas com controlo remoto, salas de cinema mais luxuosas que as do Corte Inglês, campos de basquetebol, salinhas e salões com isto e aquilo, quartos de vestir maiores do que um apartamento na Graça, todas estas merdinhas, que só me faziam lembrar quando veio a público as torneiras de ouro nas instalações sanitárias do Ceausescu... O que me faz pensar, porque é que alguém quer lavar as mãos com águas que sai de uma torneira de ouro maciça, ou porque é que alguém quer cagar e vai perder tempo à procura do comando, que, com se sabe, está sempre onde não se encontra facilmente.

Mas ali, o asqueroso não termina, a falsa moralidade consumista vem à baila e apresenta-se como estilo de vida, levando outros a pensar da mesma forma, a agir da mesma maneira e a idealizar erradas noções de vida. A possível perturbação indelével sentida pelos espectadores, deveria ser estudada, e não digo regrada, porque abomino o moralismo conservador das ASAEs morais, mas ao menos, estudada e percebida. Porque aquilo é abominável e repugnante.

E quando aquilo acaba, anuncia-se dois espécies de reality shows, qualquer coisa como "Quero trabalhar com o Diddy"(que é uma espécie de cantor estrela americano), e outro anúncio logo a seguir : -Achas que podes ser a Paris Hilton portuguesa... não sei o quê, não sei o quê... inscreve-te e não sei o quê.... isto foi demais!

O ópio é ópio, mas o ópio envenenado é bem pior.

Fiquei sem palavras e pronto. 

Ps.Isto pode soar a moralismo, e eu odeio moralismos, fiquei foi mesmo perturbado.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Paris, Paris

Quando não conhecia Paris, achava que ela fazia parte dos livros e dos filmes, como Veneza e Alexandria. Depois de conhecer passou a ser minha, dos livros e dos filmes. Agora , que há já imenso tempo que não lá vou, apercebo-me que pertence aos sujeitos e sujeitas, meio paquidermes, que lá habitam.

Isto não tem interesse nenhum, a não ser pelo facto, que me apetece passear antes da ceia das onze da noite, nas margens do Sena, com medo de ser assaltado, ali, naquelas arvorezinhas entre a Notre-Dame e o rio, aliás, encostadas ao rio... Ter um gajo a olhar para mim e para o saco que levo a tiracolo, pendente, mais ou menos pela cintura, com dois ou três livros, livrinho de endereços e todo o dinheiro da viagem. Sim, todo o dinheiro da viagem, dentro da sacola,todo o dinheiro que não quis deixar no quarto da pensão no 14eme arrondisement, por não achá-lo seguro, ou seja, o viajante inteligente pensa que o quarto de Montparnasse é inseguro, mas trazer todo o seu dinheirinho e sobrevivência  dentro do saco, à noite, sozinho, em promenade numa cidade estranha,isso sim, já é seguro.!:!!

Mas, voltando ao tipo que olhava para mim, afinal estava só à espera da companheira, que tinha, quase de certeza, ido mijar atrás da àrvore. O tipo, estava mais receoso que eu, entenda-se, eu tinha mais medo, ele tinha mais receio que eu visse o fluxo  de urina da namorada a fazer ricochete na proteçãozinha de metal a rodear os canteiros, devagarinho a juntar-se numa poça, tal e qual pequenos afluentes de la Seine, ali tão perto do Sena.

Apetece-me ir lá outra vez para ver se ela tinha mesmo ido verter àguas. E, aprender a deixar o dinheiro na pensão. 

E, na verdade, não fui nem roubado nem assaltado. Não, como em Veneza onde roubaram-me logo 50 centimos só por ir mijar.!

M. Polo Voltaire

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Gebalis

Os admnistradores da Gebalis vão ser julgados por peculato e admnistração danosa.

Se os admnistradores, que só fazem o que lhes compete, que é admnistrar (embora tenham escolhido a escola danosa), vão ser julgados no T.I.C, o que é que vai acontecer ao responsáveis da formação da palavra: gebalis?

É preciso ter cuidado com estas coisas. O peculato, a admnistração danosa, enfim, o roubo, ainda vá que não vá, agora a falta de competência na formação de palavras, o desrespeito pela fonologia e pela fonética criativa, por favor, alguém diga a esses senhores e senhoras que a merda da palavra é feia, ouve-se mal, é brejeira com uns toques de animalesca. Estes "inventores" só chicoteados em praça pública, isso sim. Os senhores e senhoras admnistradores.... por favor... vão apanhar é esses deficientes da morfologia.

Gebalis, mas o que é isto??

Uma mistura entre uma prefixação e uma sufixação desconexa, misturada com uma mistura entre uma aglutinação e um acrônimo silabável????

Não se percebe... Se houver faltas de chicotes e os clubes sado-maso não os quiserem emprestar, vamos lá com pedras...

Lindley Voltaren

quarta-feira, 1 de abril de 2009

O primeiro de Abril comunicativo

Como não somos mentirosos e o dia 1 de Abril é como outro qualquer, voltamos ao Blogue.

No entanto, o dia 1 de Abril tem o seu interesse, desde novinho, habituei-me a procurar a mentira nos jornais diários a que tinha acesso. Nos desportivos tinha sempre a ver com alguma tranferência de um jogador como o Maradona para um dos nossos reles clubes, nos genéricos qualquer coisa sobre o showbizz, sem interesse absolutamente nenhum, mas que proporcionava-me entre sete e dez segundos de prazer. 

Hoje, tenho practicamente esquecido o 1º de Abril, o dia das Mentiras, já não chego à escola às 8 da manhã a gritar aos ouvidos dos mais distraídos, manifestando a minha alegria por o Sporting ter contratado o Fernando Redondo ou o Georges Weah e apresentando A Bola como minha testemunha, tudo para tirar mais sete ou oito segundos de prazer. Já não chego a casa, durante a emissão da Roda da Sorte para dar a novidade à minha mãe que distraída com a lida da casa, não se apercebeu da mentira da primeira página do Público em que o Herman José namorava a Lisa Marie Presley que tinha conhecido em Monte Carlo e que estavam a marcar as bodas de casamento.

Tenho notado que este hábito disparatado tem vindo a diminuir de expressão, já não se espera até ao 1 de Abril para montar uma mentirazinha gira na primeiro página de um periódico, até porque isso não faria sentido. À luz da nossa sociedade do tudo ou nada, faz muito mais sentido pôr mentiras 365 dias por ano, aproveitando todos os dias e todos os jornais do ano. Penso que antigamente, no primeiro de Abril a venda de jornais aumentava uma percentagem miníma, porque imensas pessoas não queriam perder aqueles sete a dez segundos de prazer, e concerteza alguém que estudava estatísticas num gabinete escuro e com mofo, quis aproveitar o dia das mentiras para aumentar a saída do seu jornal, mas na sua mente ,retorcida e pouco respeitadora em questões deontológicas , conseguiu criar o excelente conceito de "o dia das mentiras é quando a comunicação social quer" e assim foi, será muito mais interessante e proveitoso faze-lo todos os dias e assim foi.

A minha ideia é a seguinte vamos escolher um dia do ano, por exemplo, 14 de Agosto, até é bom porque há muita gente de férias, e fazemos o dia da Verdade, e tudo o que se faz, escreve ou diz tem que ser verdade, só nesse dia... isso é que era giro!

Ps- gosto dos jornais que mentem pouco, ainda os há....

quinta-feira, 26 de março de 2009

depois deste gap de quase um mês

depois deste gap de quase um mês, voltamos a voltaire e a voltaren por volta de 1 de Abril.

Volt e Volt

terça-feira, 3 de março de 2009

Tempo perdido

Estou a perder tanta coisa, o Nino Vieira, a Luciana Abreu, os clássicos do futebol, as couves, o carnaval, tantas coisas interessantes para escrever comentários originais e perspicazes, ora bolas para as decadências fisicas.

domingo, 1 de março de 2009

A mesma lesão continua impeditiva mas acho que já tem nome...

A mesma lesão continua impeditiva mas acho que já tem nome... acho que se chama tendinite, esta de esforço e não passa e começamos a ficar incomodados, e temos que parar...ufa, bolas, gaita, caraças e chiça...

Voltaren e Voltaire

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Uma lesão

Uma lesão na mão direita impede-nos de contribuir posts para o nosso querido blogue.
Vamos esperar que não fiquemos deficientes por muito tempo.


Voltaire e Voltaren

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Estou cansado, para quem não gosta de trabalhar, sem ser naquilo que gosta de trabalhar e que no fundo, não é trabalho, ando a trabalhar demais.
O cansaço é estúpido!
O E.T também.
Mas tanto o E.T. como o cansaço fazem bem, de preferência juntos.
Porque é que os miudos continuam a pedalar se estão a voar? Será que se parassem de pedalar caíam e filme tinha mais piada??
E se ficassem cansados?

-Come.
-Stay.
-Ouch!
-Ouch.
-I'll be right here.
-Bye.

E o dedo faz luz.
E pronto, the end.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Quem é ?

Quem é o José Augusto que aparece por segundos na minha televisão?
Eu sei que o homem está a promover qualquer coisa, mas mesmo assim...

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

O Gosto dos Outros

As pessoas gostam muito delas próprias, o que se entende, visto que, eu também gosto delas. E como eu não sou parvo nenhum para gostar delas assim por dá cá aquela palha, entendo ou percebo que elas gostem de si. Mas não exageremos! Não gosto assim tanto delas como gosto de mim. E não percebo também, como é que elas gostam mais delas do que eu gosto de mim. Aqui deve estar o erro, elas tem que se aperceber que eu não gosto tanto delas como elas gostam de si ou como eu gosto de mim. Eu gosto do que eu quiser gostar, e ando a treinar bastante todos os dias de manhã e á tarde para conseguir gostar bem de mim, e deixar qualquer coisa para gostar nos outros. Então, não abusem, porque, de repente estou a começar a não gostar assim tanto de pessoas que gostam muito de si sem que eu goste assim tanto delas. É melhor que fiquem por gostar um bocadinho de si, um bocadinho de mim e um bocadinhos dos outros para que eu não perceba que, afinal, para além de não gostar muito de mim, não gosto nada delas...
e isto serve para o Sócrates, para o Jesualdo Ferreira, para a Joaquina Francelina do talho e para qualquer outra pessoa a quem o barrete se enfie no recto....



Voltaire
e o Voltaren também

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Apanhei Seca

Apanhei Seca

Fui ao teatro com ela
ver uma peça fatela
1ºacto não percebi
2ºacto adormeci

Fui ao museu de arte antiga
apanhei seca da minha vida
apanhei seca na exposição
contemporânea do Julião

Apanhei seca, apanhei seca
....

Fomos andar de barco à vela
não se calava, a tagarela
Fomos p'ras danças de salão
escorreguei, parti a mão

Também já fui ao oceanário
e nada disto é voluntário
Fiz um retiro espiritual
até fiquei a bater mal

Apanhei seca, apanhei seca
....

Apanhei seca, noite e de dia
mas a boneca não me queria
pedi conselho ao meu avô
mas o velhote não ajudou

Todo o trabalho foi em vão
fiquei na merda sem tostão
já não suporto mais este drama
eu só queria levá-la p'ra cama

Fui ao teatro com ela....

Apanhei seca, apanhei seca, apanhei seca........




Ferro Martins/Cabaço


Agrupamento Musical Lauro Palma


Ouvir a música em http://www.myspace.com/lauropalma

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

O ténis

O ténis é um desporto abissal.
Talvez para um "alien" acabado de chegar pareça estranho dois ou quatro seres num campo pintado com linhas, empunhado uma espécie de extensão corporal bizarra, replicando pequenos esféricos amarelos incessantemente até eles caírem no chão mais que uma vez, fora de uns determinados riscos ou ficarem retidos na separação em rede do campo.
Mas para nós, é um duelo titânico entre forças, inteligências, mestrias, capacidade de sofrimento, destrezas mentais e suporte psicológico e físico, que nos fazem admirar.

Bom, e o dia de hoje é um marco para o Ténis em Portugal, pela segunda vez na história, um tenista português chega a uma semi final de um torneio ATP. Esperávamos atentamente por isso, faz hoje muito tempo, e realmente aconteceu contra o negativismo e pessimismo de muitos, o Frederico Gil marcou o ténis português. Há cerca de dois anos que seguimos este jogador, já o vimos a jogar muito bem, o vimos a jogar mal, mas nunca o vimos desistir de lutar, e hoje estamos felizes.
Amanhã é outro dia, mas esperávamos que um jornal de desporto português pegasse nisto, amanhã, nem que fosse para que um miúdo qualquer de 12 anos duma escola de ténis qualquer, em qualquer parte do país o lesse, e quisesse um dia fazer melhor...
Acho que pela primeira vez, não temos nada por que nos queixar, nem dizer mal, nem gozar, nem do Ténis nem do Gil.
E já agora, boa sorte para amanhã.


João Cunha Voltaren

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Queremos líderes bons

Queremos o António Costa para presidente da república e o Aristides Teixeira para primeiro ministro. Em França pode ser o Yannick Noah e o Thierry Henry, respectivamente. Em Espanha só tou a ver o Marcos Senna e o Julio Iglésias a meio das férias em Agosto, o Julio talvez para rei...
Em Itália não me lembro de um possível governante de jeito, e nos outros países vão ter que procurar muito bem, queremos lideres similares para todos. Comecemos uma petição...
Vá lá, bora lá...

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Os primeiros e o Nadal

Quando não vou trabalhar de manhã, durmo sempre até ao meio-dia pelo menos. Penso que é melhor coisa a fazer por quem não tem obrigatoriamente de se levantar. Felizmente levanto-me ao meio-dia uns quantos dias por semana para restabelecer-me dos poucos dias que me levanto cedo. Ora , isto tudo para dizer que hoje, mesmo não trabalhando, levantei-me de madrugada, às 9 horas da manhã. Levantei-me , não é bem verdade, como tenho televisão no quarto, acordei às nove da manhã para ver a final do Open da Austrália. Jogava o Federer com oNadal, coisa que, sinceramente, já estou a a ficar farto, principalmente neste últimos tempos, por ver o Nadal a ganhar. Lembro-me que há alguns anos atrás até gostava de ver o Roger Federer perder, mas hoje já não. Percebi que não gosto dos que estão em primeiro, mesmo que não revelem qualquer sobranceria. Quero sempre que o que está em primeiro perca, e se for espanhol melhor ainda... Não é por ser espanhol, porque se fosse francês ainda seria melhor, e inglês melhor ainda. Mas isso também não é o que interessa. O que interessa é que o primeiro, ou quem as pessoas acham que é o primeiro, não ganhe. Por exemplo, no festival da eurovisão, para além de ficar umas horas em família a ouvir musica de merda, torcia sempre pelos que ninguém votava como Portugal, a Suíça, o Luxemburgo e Albânia (quando iam, nem sei se alguma vez foram). Quando alguém dava 10 ou 12 points à Islândia, aí é que estava bom para mim, mesmo se os islandeses fossem três deficientes a abanar a cabeça e a cantar um slow em islandês com um coro ridículo em inglês.
Nós que somos portugueses, vivemos sempre na esperança que os menores ganham, dá-nos um certo gozo, primeiro porque gostamos de escândalos mas também porque nos dá uma certa noção de esperança.

Mas a verdade, é que, vi o jogo e o Nadal ganhou. Tive que aturar os comentadores portugueses da Eurosport, que são uma seca e não sabem avaliar um jogo. Não o conseguem fazer, nem sequer com as estatísticas todas a tilintar nos seus portáteis. Mas, ao menos, não estava lá o outro que idolatra o Mats Willander, e que parece um papagaio a falar, primeiro, porque a voz é ridícula e depois porque não há santo dia que não repita tim tim por tim tim as palavras do sueco.
Bom, o joga até não estava mau, eles tinham razão em dizer que o Federer perdeu o jogo nos primeiros saques falhados (sim agora usa-se a palavra saque para dizer serviço), o espanhol fartou-se de correr, e realmente chega às bolas todas, mas, porra, eu só queria que o Federer ganhasse, e não ganhou e até chorou. E outro lá levou a taça.

E amanhã vou ter que acordar cedo outra vez para ir trabalhar.



André Voltaire.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Amiguinhos

O que é que vai dar este caso do Freeport de Alcochete?
Nada.

Os tios, os primos, os camones, os procuradores, os advogados, os juízes, os legisladores.... eles dão-se todos bem. Eles lá hão-de resolver isto. Não vale a pena a gentinha preocupar-se com isso. Vamos lá ver, o que é que aconteceu? Nada!
A máquina de propaganda do PS tinha atacado o PSD com os casos dos Bancos, com o Cavaco e o Dias Loureiro, estava-se à espera da retaliação, ela aí está... mas não vale a pena nos preocupar-nos, eles são todos amigos.
Amigos de quem?
Nossos, amigos dos governados???não me parece.
São amigos uns dos outros, porque precisam, ou já precisaram ou vão precisar. E nós, amanhã vamos ver a bola e discutir os erros dos árbitros. E, pronto, é assim!
E são amigos de quem, mais?
Do alheio. E quem é o alheio?
Ok, então eles não são nossos amigos mas são amigos das nossas coisas. Deixem lá!
Deixem-nos andar porque amanhã eles deixam-nos ver a bola. O Setúbal e o Guimarães até já jogaram hoje.


Charles Voltaire

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Sedaris

Não sei se gosto do David Sedaris, mas estive algum tempo a ouvir algumas estórias, e ri-me, para dentro, mas foi rir. Por isso se calhar gosto dele, ou então é simplesmente um comediante a fazer bem o seu trabalho... coisa que nós não estamos muito habituados, seja como for, quem não conhece, pode ir conhecer um bocadinho... David Sedaris...o nome dele. Youtubes e Myspaces e tal e coiso.




Voltaren

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Oh chefe posso dar-lhes uns tiros...

Tenho saudades do Duarte e Companhia, e agora graças à RTP Memória posso revê-lo, á ainda mais bonito, embora tenha saudades "de eu ser mais bonito" quando o via pela primeira vez.
A RTP Memória ajuda-nos, lembra-nos que a televisão em Portugal não foi sempre a merda que é hoje, ajuda-nos a recordar que o Dane era jogador do Guimarães e que o Abdul-Ghani era do Beira-Mar e talvez tenha sido o primeiro egípcio a jogar em Portugal. Isto já é bom só de si, mas mostrou-nos o Columbo outra vez, o Poirot, sei lá... tanta coisa...
Mas, este post não se trata de um louvor à RTP Memória, nem sequer de escárnio (merecido) aos actuais canais de tv generalistas, trata-se registar os saudosos, Duarte, o , o professor, o Átila , eles todos....
Só a imagem arrepia, as chalaças são simpáticas, as piadas são inteligentes, as vozes são boas, a música tem gosto, os actores não são putos parvos, sabem estar num cenário e no exterior, até os figurantes aparentam conhecer o seu trabalho, os adereços são marcantes, as tiradas fizeram história... porra , and so on, so on...

Mas não isso não interessa, o que interessa é fazer televisão à palete, kilos de pus, para a malta não pensar em nada de jeito, e ficar ali a olhar a alucinar com as cores berrantes,com as musicas estúpidas, com as calinadas dos textos horripilantes, pronto é assim, agora vem a parte da resignação. É assim, também não se pode pedir mais, muito já eles fazem, pelo menos tentam fazer. Não se gosta , não se vê.


" Talvez vocês não saibam mas aqui o meu ajudante () é o melhor atirador do mundo, se o Buffalo Bill fosse vivo tinha vergonha de sair à rua."

Ó se fosses vivo mandavas era uns tiros nesses malucos do riso, nesses morangos todos, nessas telenovelas do amor e da traição, da rica e da irmã pobre, mandavas uns tiros e mandava-os todos dar uma volta a um bilhar de merda.



Óh Chefe Voltaire

domingo, 25 de janeiro de 2009

Excerto de Ode ao Alentejo

"Alentejo seen from the train

Nothing with nothing around
and a few trees in between
none of wich very clearly green,
where no river or flower pays a visit
If there be a hell, I've found it,
for if ain´t here, where devil is it? "

Poema em inglês do Fernando Pessoa que li quando nem inglês conseguia ler. Lembro-me sempre dele sem tradução, pois só há muito pouco tempo li uma tradução, neste caso, do Jorge de Sena.

"Alentejo visto de comboio

Nada com só nada à volta
e umas árvores à mistura
nenhuma delas verdura,
que rio ou flor não enflora.
Se há inferno, dei com ele
pois se não é aqui, onde diabo será ele? "


Lembro-me vagamente de uma estória que envolve um carro parado, avariado, à beira duma antiga estrada nacional, que atravessava ( e ainda atravessa ) o Alentejo e que liga Lisboa e o centro do mundo português ao Algarve. Nessa estória, que me é real, não tenho certezas da minha presença efectiva no carro, porventura um Morris Marina verde, mas tenho certezas de que o trauma ficou durante anos da minha infância... e a travessia do Alentejo era dor, positivamente atenuada pela segurança familiar de reunião intima nos bancos dos vários automóveis que atravessaram connosco o descampado alentejano, bem como o ronronar de vários motores que nos levavam a uma sonolência pueril nos estofos de napa pretos.

... Foram muitas aquelas viagens de infância, depois foram também muitas as da juventude, essas carregadas de outras dores, assim como de outras alegrias ou seguranças...
...foi sem dúvida a viagem mais diz na minha vida.
Alguém disse que "em viagem se descobre mais e se conhece melhor, a nós próprios, que sentado ou parado a coçar o rabo".


Comecei pelo texto do Pessoa porque me lembro sempre dele quando penso no Alentejo, mas nunca quando lá estou. O que é paradigmático...
Fui pessoano nos estudos, estudei-o até me fartar, quis ser estudioso profissional da sua obra, mas não tive paciência (mea culpa) nem instrutores decentes, esqueci-me dele, acho que já nem o leio, mas ainda me lembro dele muitas vezes.
A minha relação com o Alentejo é muito similar ao F.P. tem vários heterónimos, é grande, é comprida, tem diferentes maneiras de sentir, diferentes maneiras de se mostrar, é estranha, é bonita e é química.
...

É a minha região predilecta, talvez ao lado do pequenino Algarve e da Puglia, eu, que, segundo uns amigos de Aljustrel sou só um alentejano sem travões...

...
Gosto da gastronomia, gosto de pescar em barragens, gosto de poejo e beldroegas, gosto do vinho, gosto das pessoas e das azeitonas encima da mesa, de Nisa a Castro Verde, gosto do queijo, gosto de Arraiolos, gosto mais do interior do que do litoral, e este Alentejo que eu gosto.

...
Agora, gosto de cantares alentejanos, gosto de coros de homens e mulheres esganiçadas mas lânguidas, gosto de como os alentejanos se queixam e de como resolvem as coisas, gosto da mesa cheia,de azeitonas, açorda, vinho, sorrisos e vozes, de branco com outras cores, de pão, migas, carne de porco, gosta de pouca gente, gosto de boa gente...


" Alentejo, terra do pãããão,
onde eu tenho a residêêêência,
acabou-se a azeitona,
meu trabalho pede ausêêêência

vou-me embora p'ra Lisboa
porque a vida cá é maááá
à busca de coisa boa
procuro, não encontro cá

Quando eu voltei no combooooio
que assoprava pela liiiinha
às vezes penso comigo, e digo,
não sei que sorte é a miiiinha,

Quando eu cheguei ao Barreeeeiro
montei-me no barco que passa o Teeeejo
Chora por mim qu'eu choro por ti,
já deixei o Alenteeeejo.



Nandinho Voltaren

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Três perguntas sobre Alcochete

- Desde quando é que facilitar encontros é crime?

- Desde quando é que ir a encontros facilitados pelo meu tio é mau?

- Este senhor é ministro? Uhmm, não vai longe!


Agora é só descobrir quem fez a respectiva pergunta: o promotor de empreendimentos Charles Smith, o nosso primeiro ministro ou o tio do Sócrates?


p.s.- quais escândalos estrangeiros qual carapuça, nós é que somos bons, já dizia o Pinto Monteiro.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Importa atentar para a nota de girapé

Nota de girapé-- Sinto-me bastante irritado com todos.

--
Vamos, dentro desta impunidade geral, imputar crimes contra a humanidade a muita gente. Vamos começar judicialmente pela senhora israelita.




Boa, agora, nós, e é na boa, vamos só ali esfodaçar um ou dois países que nunca nos fizeram nada! E depois, massacramos só três ou quatro punhaditos de gente numa repressão qualquer latino-americana, e já agora que estamos nisto, espancamos uns monges e cinco ou seis turistas que se metem lá no meio, e agora e ainda, só porque nos apetece fechamos sete ou oito empresas, para aquele senhor de cinquenta e dois anos, doido dos cornos, matar a ex-mulher, o namorado dela e as duas filhas.
Bora lá!


E eu nem gosto da senhora israelita.!
Forniquem-se senhores!

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Os carneiros

Só muito tarde na vida descobri que existiam signos, horóscopos e Mayas. O Oráculo de Belini era-me igual a um ocaso em Melides ou a um jogador de hóquei do Belize, sem falar em pizzas.
Talvez sentisse, como o resto do mundo sente, receio em relação ao desconhecido.

Só muito tarde comecei a perder trinta segundos de quinze em quinze dias a ler aquelas frasezinhas, e a minha vida não mudou absolutamente nada, nem sequer aprendi nada de novo sobre mim mesmo ou sobre os outros.

Depois, ainda mais tarde, quando conheci o jogo de sedução pensei que os signos fizessem parte dele:
-De que signo és?
-Carneiro.
-Aí bolas, não os suporto, a minha mãe é Carneiro, não me dou nada bem com ela, andamos sempre a discutir. Sabes, a minha mãe é professora e eu um dia também hei-de ser. Pelo menos, estou a estudar para isso, ali na faculdade de letras... bem que chatice seres Carneiro. Onde é que eu ia? Eu nem sou de cá, sou de Seia, mas vivo ali na Estefânia, por acaso tive sorte, um T2, divido com uma miúda de Faro, por acaso da-mo-nos bem, ela é Aquário. Olha, ela é que se dá bem com Carneiro. Tens que lá ir jantar um dia connosco, ela ia gostar conhecer-te. Vê lá tu, que ela já teve dois namorados carneiros. Não sei é se tu ias gostar dela, há muito gente que tem preconceitos com ela por ela ser gordinha. Temos que combinar isso. Agora é que me lembro, o meu primeiro amor de infância era Carneiro, o Luís , se não me engano , o meu primeiro beijo. A magia do primeiro beijo... na primária, ainda me lembro onde. Foi mais ou menos nesta altura do ano, sei porque estava assim um friozinho e caía uma chuvinha , como esta agora. Bem como eu estava nervosa, éramos umas crianças. Olha, já não tenho a certeza, se não era Carneiro era Peixes, era nessa altura do ano. Mas isso não interessa, o que interessa é que estamos aqui os dois, é pena é seres Carneiro.


E depois, percebi que era mesmo para isso que servia, para o engate...



Astrid Voltaren

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

O Arco-íris

Quem é que liga ao arco-íris?
Levantei os olhos e, entre umas casas e uma igreja, vi-o tão nitidamente que parecia que era ali que começava ou que acabava. Se não estivesse sozinho teria comentado com alguém, - não me lembro da ultima vez que olhei para um!

Fez-me lembrar o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo que o Sócrates enfim prometeu.

Embora nunca tenha tido o desejo de casar com uma pessoa do mesmo sexo, nem sequer com uma de sexo diferente, parece-me óbvio que seja permitido por lei o casamento entre duas pessoas com pilinha ou entre duas pessoas sem a mesma. Faço minhas as apologias básicas, as óbvias e as mais banais, as quais não carecem de mais defesas. Mas existe uma tão básica que até incomoda, e está relacionada com a ideia de "se pode fazer isto porque é que não pode fazer aquilo???". É tão simples, a questão, as pessoas que desejam casar com outras do mesmo sexo não são impedidas de comer, não são impedidas de trabalhar, não são impedidas de pagar impostos, não são impedidas de andar em transportes públicos, não são impedidos de manter relações sexuais com pessoas do mesmo sexo, não são impedidos de celebrar contratos legais com particulares ou com gerais e no entanto, são impedidos de celebrar um contrato que é o casamento civil num estado laico.
Dirão , pois, mas a lei diz... pois a lei diz muita coisa e quando não diz ,alguém decide pôr lá a dizer.

Assim que os deixaram alimentar-se, ir à tropa e tirar a carta agora têm que os deixar casar.
"os"= pessoas que desejam casar com pessoas do mesmo sexo.

E o Sócrates já o percebeu, talvez porque conhece alguém que deseje casar com uma pessoa do mesmo sexo, ou então, para tirar uns pontinhos percentuais aos senhores da esquerda que ele tanto inveja.

Seja como for, deixaram-nos crescer, deram-lhes trabalhos, não os puseram todos no Telhal, agora têm que deixá-los casar!!!!
Coitados dos Policarpos, já não bastava os muçulmanos com pilinha andarem a juntar-se a portugueses sem pilinha.!!!



segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Já andei a surrealizar por aí!

Hoje conversei dez ou quinze minutos com um Amigo. Nessa conversa digna de ser, por si própria, um post, apercebi-me, porque ele me chamou à atenção, que já não usava o surreal tanto como outrora. Penso sempre duas ou três vezes no que ele me diz, e assim sendo, pensei seriamente no que tem acontecido em mim que tem afastado o surrealismo da minha escrevinhura.

Bastaram cinco minutos para perceber, a atenção que ando a dedicar ao mundo abduziu-me do meu mundo de ideias surreais.
Talvez porque este mundo aparenta ser já de si bastante surreal.... ora vejamos comparações breves e giras que vou fazer agora:

eu escreveria- "Estava parado numa rotunda verde onde o He-man tinha derrotado, no dia anterior, O Fernando Mamede numa corrida de 10000 metros mariposa."

Hoje simplesmente apresento um facto - O George Bush foi "commander in chief" de uma das maiores potências mundiais durante dois mandatos.

Só mais uma( para ir dormir):
- Er. é o símbolo químico do Érbio mas no entanto todas as garrafas expostas são para consumo exclusivo neste estabelecimento.

-Os benfiquistas acreditam piamente e bradam aos céus que sempre foram prejudicados pelas arbitragens.

Conhecendo relativamente os compêndios surrealistas, hoje pergunto-me, fui eu que deixei de ser surreal ou o mundo anda a surrealizar-se por aí?

Pois é, ai Apollinaire, este mundo!


AndréJacques Voltaire

domingo, 18 de janeiro de 2009

Sabático

Sabático ao domingo.

sábado, 17 de janeiro de 2009

A descendência do Galo Capão

Faz hoje 110 anos que nasceu o Al Capone. Não tenho nenhum tipo de admiração por este tipo de gente, nem de uma forma romântica, como muitos admiram postumamente um ou outro que se destacou ou evidenciou na sua profissão. A profissão deste senhor era gangster, fazia parte duma coisa que para nós parece-nos longínqua, a Máfia. Mandava matar, matava, metia-se em negócios ilícitos, em todo o tipo de tráfico, obrigava os outros a comprarem-lhe segurança, fugia aos impostos, e tantas outras coisas que o mauzão fazia.

Teve, no entanto, distinções sociais importantes nos anos vinte, como por exemplo ser o Homem mais importante do ano, e outras merdas dessas.
Mas ele era mau. Mas porquê que ele era mau, hoje tudo se explica.

Aquilo na família deve ter começado mal, em primeiro lugar chamava-se Alphonsus Gabriel, que é basicamente nome de parvo. Com um nome destes tinha duas hipóteses: ou começava a arrear nos gajos que lhe chamavam Alphonsus Gabriel, colegas e professores ou seria um enrabadito o resto da vida. A escolha era fácil, vá de começar a arrear a torto e a direito nos irmãos, nos colegas e nos professores. Outro problema era a profissão do pai, barbeiro, ou seja , o cabeleireiro da altura, o coitado do Alphonsus ficou careca aos 14 anos e o pai gozava à brava com ele, dizia que podia trazer uns restinhos capilares lá da Barber Shop, e o miudo vá de arrear no pai e na mãe, a mãe não tinha tanta culpa mas estava lá a ouvir...
Mas o pior de tudo foi quando conheceu um gajo português de Gondomar que lhe começou a chamar Afonso Galo Capão, isto não parecia tão grave até conhecer um outro português de Oeiras que lhe explicou o que significava Galo Capão, e nem as explicações do gajo de Gondomar dizendo que era mais saboroso e tenrinho evitaram que o Alphonsus Gabriel o atirasse duma ponte abaixo. Talvez fosse este o único português que teve que ajudar a morrer, e o gajo de Oeiras o primeiro informador à séria que teve.
Com uma vida destas, e contando com a falha total de todas as instituições responsáveis pelo processo de socialização do individuo, um homem só se podia virar para o tráfico, as casas de apostas, os clubes nocturnos, ou seja , para as maldades.

Isto tudo para perceber, quem tirando os Sopranos, quem são os seguidores dos Capones, Gottis, dos Yales?
Uns gajos gordos de New Jersey, tipos eslavos de Odessa e Miami, pessoas que vão à opera de Messina e Palermo?
Não.
Traficantes de influências, corruptos, corruptores, fazedores de opinião, pressionadores de pessoas e instituições e lóbiistas?
Talvez.


Voltarenini

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Estado Febril

Estado Febril

Proíbem-te de ser homossexual casado
Proíbem-te de fumar aqui e ali
Faz tanta comichão, isto de ser controlado
Descansa que o Estado trata de ti

Toma lá um carro
televisão e 7 contas
vive preocupado e faz por ti
Toma lá macaco amendoins envenenados
e andamos pr'áqui asssim, assim

Obrigam-me a pagar todo o tipo de impostos
para tomar conta do país
Fecham hospitais
fazem estudos de milhões
Descansa que o Estado trata de ti

Mais desempregados
Má educação
Espalham-se uns estádio por aí
Queremos só o bem
Não, não há conspiração
Descansa que o Estado trata de ti

Olhó referendo
Olha ó passarinho
São manobras que eu já vi
Toma lá uns trocos
Vai p´ra casa sogadito
Descansa que o Estado trata de ti

Olá boa tarde
Tenho queixa a apresentar
levei porrada de um Sr. Agente
O cidadão não vê que aqui na PSP
Só pode ser o cidadão que mente


Olá boa tarde
daqui fala o cidadão
a quem tiram dinheiro todo o mês
Queria só saber quanto mais preciso dar
E com o que já dei o que se fez?

Santa hipocrisia
Com prestígio secular
descumbram uma saída
Pois então

Olá Camões
queria ver
como farias
P´ra poetizar a situação


Mais desempregados
Má educação
Espalham-se uns estádio por aí
Queremos só o bem
Não, não há conspiração
Descansa que o Estado trata de ti

Olhó referendo
Olha ó passarinho
São manobras que eu já vi
Toma lá uns trocos
Vai p´ra casa sogadito
Descansa que o Estado trata de ti



Se tudo falhar
Investimos na igreja
na fezada do Senhor
Avé Maria
Dizem que nada sobeja
depois de um monumento erguido à dor

Viva o Marinhense
Viva o sindicato
O poder ao povo de Abril
Vai-se a ver a coisa
Não é lebre nem é gato
É dormência num estado febril
É dormência num estado febril

Carlos Martins





Queríamos escrever mais umas coisas, mas parece que já está tudo dito, Carlos!
Ouça-na musicada em www.myspace.com/carlosguerramartins ...

Carlitos Voltaire

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

O Riso de Bergson

Henri Bergson começa assim o seu ensaio sobre o significado do cómico:
"Que significa o riso? o que há no fundo do risível? o que haverá de comum entre uma careta de palhaço, um jogo de palavras, um quiproquó de vaudeville, uma cena de fina comédia? que destilação nos dará a essência, sempre a mesma, da qual tantos produtos diversos tiram o seu indiscreto aroma ou o seu delicado perfume? Os maiores pensadores, desde Aristóteles, se têm preocupado com este pequeno problema que sempre se subtrai ao esforço, escorrega, se escapa e torna a reviver, como impertinente desafio lançado à especulação filosófica."

O cómico e o riso sempre fizeram parte de nós, por isso, entre outros, lemos Bergson. Ele dá-nos, na nossa modesta opinião, uma aprofundada e concludente visão através e sobre o cómico. Já lemos por duas vezes o estudo, gostamos dele e todos os que têm a pretensão de ser humoristas ou basicamente quem tem a mania que é engraçado, devia lê-lo pelo menos uma vez.
Bergson apresenta em três capítulos uma profunda e levemente exaustiva argumentação filosófica sobre as importantes áreas do cómico.
A saber, Cap.I- Do Cómico em Geral- o Cómico das formas e o Cómico dos movimentos- Força de expansão do Cómico--- Cap.II O Cómico de situação e o Cómico de palavras---- CAp.III O Cómico de carácter.
Um dia, seriamente, poderíamos "entesar" um pouco sobre a sua tese... Talvez num blogue menos sério...

Hoje importa tirar, absolutamente, uma frase do contexto.
"É pelo dos robertos que devemos começar."

Pensemos, escrevamos, é p´los Robertos que devemos começar... a rir.
E não é assim tão difícil, temos o Roberto Leal que se veste de branco, fala de uma maneira estranha e tem um filho gordo, o Roberto Carneiro que teve uns trinta filhos e não fez nada pela educação em Portugal, o Roberto Carlos que ainda gosta do corte de cabelo que usa, o Robert Murat, pivot e tradutor detective, arguido e cara de sabão entre tantos outros...
È um bom exercício pensar nos robertos que nos fazem rir...

Bergson tinha razão.



Henri Robert Voltaire

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Coisita boa ou razoável

A última coisa a morrer é a esperança, e por isso ainda espero,sentado, que venha alguma coisa de jeito da América, em concreto, dos seus estados unidos.

Não digo que espaçadamente não venha de lá alguma coisa boa, o que eu falo ou escrevo, é de uma coisa fantástica, uma coisita razoável, menos má, ou seja que não cheire a uma mistura de enxofre com estrume.
Algo não nauseabundo!
Mas preocupa-me que eles (os maus) como difusores de uma cultura, infelizmente para nós que crescemos sob o seu domínio, tenham sempre muito a dar, e dão e dão e dão e nós recebemos.
Quando era mais novo não me lembro de separar convenientemente o trigo do joio. Agora talvez exagere em achar que tudo é joio. Mas, não parece trigo, não cheira a trigo, não sabe a trigo, o que é que será? Pode ser merda, mas eu acho que é joio.

Pensando bem, talvez metade do mundo civilizado espere que este Obama seja uma coisa não nauseabunda, no entanto, o meu cepticismo, o meu negativismo, e a atenção para com os os movimentos sociais, geo-políticos e politico-económicos permitem-me distinguir ali um odor a enxofre, ou então um cheirinho a estrume.
Então o que é que vem de bom dos Estados Unidos?

Sem lições históricas da maldade imperialista, que fica para outra altura, e não esquecendo que ao longo dos anos e principalmente nas vertentes artísticas e científicas foram aparecendo coisitas razoáveis e algumas boas; pergunto: Qual a coisa boa que virá dos Estados Unidos em 2009?
Obama?
Não me parece...

Por agora aposto no novo álbum dos Sonic Youth que estará pronto para Junho...
Depois falamos....

p.s- O Hugo Chávez pede uma mudança na política externa americana, eu acredito mais no álbum dos Sonic Youth.

Noam Voltaren

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

São Petersburgo

Tenho uma pancada por S.Petersburgo, sempre tive, nunca soube muito bem porquê. Nunca lá fui...
Lembro que a primeira ideia que tive sobre o "enamoramento" com essa cidade que não conheço pessoalmente apareceu em forma de livros; o conto "Perspectiva Nevsky" de Gogol e (entre outros) as "Noites Brancas" de Dostoievski. Depois o conhecer teórico das noites brancas, noites oníricas, míticas e mágicas que iluminam a cidade quando o sol pouco se põe e a noite continua dia. Entretanto coleccionando imagens sonhadas, descritas, lidas e vistas foi-se adensando o mistério, porquê S.Petersburgo?
A compulsiva leitura dos russos, durante os primeiros anos de juventude, ajudara, com certeza. As pesquisas aleatórias e intemporais, nas quais fui descobrindo a sua história, como um capricho do Czar Pedro o Grande fez com que se erigisse a partir de pântanos uma majestosa cidade com tanta grandiosidade e opulência, de como a génese do ballet russo paira naquelas pontes e canais e etc...
Tudo isto fez com que um dia em Barcelona, num jantar bastante regado, prometesse a um amigo que passaríamos temporadas incríveis nessa cidade. Um dia vamos fazê-lo.


Mas hoje tudo clareou, descobri que toda a admiração que mantenho por S.Petersburgo é da culpa dos seus arqui-rivais americanos.
A culpa é do Mississipi, da tia Polly, do Huck, do Joe o Índio,da Becky, da prima sexy do Tom Sawyer, da sua cidade sulista americana com aquelas casas vitorianas tipo plantação de algodão, com mercearias de madeira na única rua da cidade chamada S.Petersburgo.


Joãozinho Voltaire

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

"Cristianito Portugal"

O Cristiano Ronaldo foi eleito o melhor jogador do mundo e todos falam disso.
Vimos em directo( em vários canais) a cerimónia, vimos o bronze de salão na cara da apresentadora e na cara do "maior", vimos o Pelé bêbado, vimos penteados infinitamente desagradáveis, sessões de reconciliação política que a FIFA tal ONU conseguiu promover; tudo parecia indicar tv de qualidade e assim foi... E assim parece que não vai parar, a RTP a SIC e as outras vão continuar parece que durante semanas... Muito Bem
No Hollywood está a dar o Imperdoável enquanto nos outros parece que não acaba o Inaceitável...

Rui Voltaire

domingo, 11 de janeiro de 2009

Publicidade jeitosa ou pura má educação

Os jogos da Liga Portuguesa de Futebol, chamada Liga Sagres tem novos elementos nos cortejos e apresentação dos jogadores à bancada central de sócios.
São três ou quatro meninas de mini-saias e "camisetas" Sagres nos peitos, algumas delas bem jeitosas. Obviamente esta será uma das vertentes científicas da Publicidade- a publicidade jeitosa.
Aquela publicidade do champô, do sabonete e do perfume. Aquela publicidade da Tahiti, da Dove, da Head and Shoulders, da Dolce&Gabbana , da Acqua de Gio : onde tudo o que interessa são os bocados de pele descobertos que aparecem no ecrã, especialmente do meio das costas para baixo e do umbigo para cima. Até gostamos disso. Mas esta não é publicidade jeitosa por ser boa publicidade...
É por ter meninas e meninos jeitosos o que também não é mau...
mas não deixa de ser parvo!

Mas voltando ao futebol e à Liga Sagres as meninas entram em campo e ficam entre os árbitros o que por si já é trabalho a mais para os 25 € que recebem por noite(tendo em conta que a maior parte dos árbitros cheira bastante mal).
Contudo o cerne desta questão publicitária encontra-se numa clara demonstração de falta de respeito e má educação de várias partes; dos árbitros e dos jogadores, e duma clara demonstração de parvoíce por parte das supostas modelos de 25€/noite que aceitam de bom grado a outra demonstração de parvoíce mal educada.
O que acontece é o seguinte: os jogadores, depois da apresentação aos sócios, viram-se para os adversários e para os árbitros que estão no meio, intercalados por meninas Sagres, e avançam cumprimentando-se uns aos outros e aos árbitros por vezes mais do que uma vez e ignoram quase com desdém a presença das meninas que sonham um dia ganhar 100€/noite, ou até mais, conforme a Companhia.
A certa altura pensámos que haveriam instruções da Liga, depois pensámos noutras razões, pelas quais aquela manifestação (aliás a falta dela) acontecia:
-para evitar o desconforto de jogadores como o Pedro Emanuel e o Luís Filipe quando trocassem olhares com as meninas;
-com receio de desmaios das meninas à passagem de tão valiosos sex symbols como o Miguel Veloso ou os "caracolinhos" do David Luiz;
-com receio de agressões físicas por parte do Bynia e do Bruno Alves;
-de verbalizações parvas dos meninos mimados chateados com o presente como o João Pereira e o Hélder Barbosa;
-ou então pediram às meninas para ignorá-los, possivelmente para as proteger da gonorreia verbal próxima de pessoas como o Manuel Cajuda;
-ou do sífilis oral contagioso do Jesualdo Ferreira...
Mas depois percebemos que é simplesmente uma vergonha, uma simples e pura má educação.
É basicamente desconhecimento das bases da conduta cívica e social. É só desprezo de quem não sabe e nunca lhe foi ensinado o respeito para com os outros, é só abominável...
E no fim de tudo é só uma parvoíce perpetuada por parvos.

sábado, 10 de janeiro de 2009

Semanário Expresso 2

Umas quantas questões e uma resposta sobre a nossa/vossa crise/recessão/possível deflação nacional/mundial.

Li:

"Em 2008,segundo os números do Labor Department ontem divulgados, a economia americana perdeu 2,6 milhões de postos de trabalho."

"Se amanhã quiséssemos ou tivéssemos de pagar subitamente tudo aquilo que Portugal deve ao estrangeiro, o Estado, as empresas e os cidadãos teriam de viver dez meses sem um único euro; é isso que representa uma dívida que já vai em 90% do PIB."
crónica de Miguel Sousa Tavares

"A bolsa (russa) perdeu dois terços do seu valor, uma série de bancos tiveram que ser salvos pelo governo, os investidores internacionais retiraram enormes quantidades de dinheiro do país e o rublo tem estado em queda livre."

" Em Kiev a situação é ainda pior. A moeda perdeu 60% do valor. A quebra da produção industrial é enorme. Para 2009 espera-se uma contracção da economia entre 2,5 e 5% e uma taxa de inflação de 17.5-14.2 ."
crónica de Miguel Monjardino

" A taxa de inflação na zona euro caiu abruptamente de 4% para 1,6% em seis meses..."

"51% foi a queda do índice PSI-20 em 2008. Em alguns países, o tombo ultrapassou os 60%."

" 8 milhões de novos desempregados são esperados até 2010 nos países da OCDE."

" (face à derrocada da libra e uma vez que) são os ingleses que tradicionalmente alimentam o turismo do Algarve, assegurando 60% do tráfego no aeroporto de Faro, agora as reservas da região estão 40% abaixo dos níveis habituais..."

"Até à data, a perda de capitalização bolsista já somou 32.000 mil milhões de dólares o equivalente a metade da riqueza mundial."

A resposta:

Um amigo meu ouviu um amigo dele que não era ele nem eu a dizer: "-O que é que eu tenho a ver com isso, tenho uma pila grande e funciona, vou comprar um carro novo e o Benfica joga esta noite!"
crónica do José Manuel Voltaire

semanário Expresso 1

No primeiro caderno do semanário Expresso deste sábado fala-se de pornografia. O que sinceramente achamos bastante normal, tendo em conta os filmes porno que proliferam na vida social, política, judicial e desportiva do nosso país.
No entanto, neste caso específico, fala-se dos Estados Unidos, das grandes corporações de indústrias pornográficas que pedem ao estado o mesmo tratamento económico que é dado à indústria automóvel e não só, nestes tempos de crise/recessão.
Argumenta então um célebre Larry Flynt, aquele personagem que para muitos de nós não passará nunca dum bigodaças entrevado numa cadeira de rodas a tentar satisfazer por via de cunnilingus uma quase transparente de sangue azul Courtney Love numa cama de corcel ou qualquer coisa assim... bem, ou seja , argumenta ele que "os americanos podem passar sem carros e essas coisas mas não sobrevivem sem sexo".
Ora nós percebemos que os americanos possam realmente passar sem carros e essas coisas mas pensamos também que possam passar sem sexo... o que não lhes pode faltar é o onanismo, a masturbação e a punheta. Por isso não deviam falar de sexo assim no geral, sexo são outras coisas também, e é uma outra coisa. É uma outra coisa que só poucos já conhecem lá para esses lados.
Porquê?
Está à vista de quem quer ver. Quando quem lhes ensina o sexo são professores medíocres nas escolas medíocres, o Mickey Rourke na Orquídea Selvagem, as strippers noutras Orquídeas Selvagens e principalmente uma senhora escanzelada, a puxar para o muito feio, sem passado sexual aparente e com nome de cantora pimba precedido de Dr. quando no máximo devia ser precedido de D.J.--- o país deve ir muito mal... portanto um conselho
STICK to the Handjob. É a nossa opinião.


p.s.- Não conseguimos esquecer o recente caso de masturbação mental na eleição de Obama depois de tantos anos de stick na mão da governação púbica republicana. Mas faz sentido onânico.

Voltaren

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Desejos de Bom Ano Novo

Temos a certeza que se Voltaire fosse vivo e que se o Voltaren falasse desejariam bom ano à maior parte das pessoas deste planeta.