domingo, 1 de fevereiro de 2009

Os primeiros e o Nadal

Quando não vou trabalhar de manhã, durmo sempre até ao meio-dia pelo menos. Penso que é melhor coisa a fazer por quem não tem obrigatoriamente de se levantar. Felizmente levanto-me ao meio-dia uns quantos dias por semana para restabelecer-me dos poucos dias que me levanto cedo. Ora , isto tudo para dizer que hoje, mesmo não trabalhando, levantei-me de madrugada, às 9 horas da manhã. Levantei-me , não é bem verdade, como tenho televisão no quarto, acordei às nove da manhã para ver a final do Open da Austrália. Jogava o Federer com oNadal, coisa que, sinceramente, já estou a a ficar farto, principalmente neste últimos tempos, por ver o Nadal a ganhar. Lembro-me que há alguns anos atrás até gostava de ver o Roger Federer perder, mas hoje já não. Percebi que não gosto dos que estão em primeiro, mesmo que não revelem qualquer sobranceria. Quero sempre que o que está em primeiro perca, e se for espanhol melhor ainda... Não é por ser espanhol, porque se fosse francês ainda seria melhor, e inglês melhor ainda. Mas isso também não é o que interessa. O que interessa é que o primeiro, ou quem as pessoas acham que é o primeiro, não ganhe. Por exemplo, no festival da eurovisão, para além de ficar umas horas em família a ouvir musica de merda, torcia sempre pelos que ninguém votava como Portugal, a Suíça, o Luxemburgo e Albânia (quando iam, nem sei se alguma vez foram). Quando alguém dava 10 ou 12 points à Islândia, aí é que estava bom para mim, mesmo se os islandeses fossem três deficientes a abanar a cabeça e a cantar um slow em islandês com um coro ridículo em inglês.
Nós que somos portugueses, vivemos sempre na esperança que os menores ganham, dá-nos um certo gozo, primeiro porque gostamos de escândalos mas também porque nos dá uma certa noção de esperança.

Mas a verdade, é que, vi o jogo e o Nadal ganhou. Tive que aturar os comentadores portugueses da Eurosport, que são uma seca e não sabem avaliar um jogo. Não o conseguem fazer, nem sequer com as estatísticas todas a tilintar nos seus portáteis. Mas, ao menos, não estava lá o outro que idolatra o Mats Willander, e que parece um papagaio a falar, primeiro, porque a voz é ridícula e depois porque não há santo dia que não repita tim tim por tim tim as palavras do sueco.
Bom, o joga até não estava mau, eles tinham razão em dizer que o Federer perdeu o jogo nos primeiros saques falhados (sim agora usa-se a palavra saque para dizer serviço), o espanhol fartou-se de correr, e realmente chega às bolas todas, mas, porra, eu só queria que o Federer ganhasse, e não ganhou e até chorou. E outro lá levou a taça.

E amanhã vou ter que acordar cedo outra vez para ir trabalhar.



André Voltaire.

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