segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

O Gosto dos Outros

As pessoas gostam muito delas próprias, o que se entende, visto que, eu também gosto delas. E como eu não sou parvo nenhum para gostar delas assim por dá cá aquela palha, entendo ou percebo que elas gostem de si. Mas não exageremos! Não gosto assim tanto delas como gosto de mim. E não percebo também, como é que elas gostam mais delas do que eu gosto de mim. Aqui deve estar o erro, elas tem que se aperceber que eu não gosto tanto delas como elas gostam de si ou como eu gosto de mim. Eu gosto do que eu quiser gostar, e ando a treinar bastante todos os dias de manhã e á tarde para conseguir gostar bem de mim, e deixar qualquer coisa para gostar nos outros. Então, não abusem, porque, de repente estou a começar a não gostar assim tanto de pessoas que gostam muito de si sem que eu goste assim tanto delas. É melhor que fiquem por gostar um bocadinho de si, um bocadinho de mim e um bocadinhos dos outros para que eu não perceba que, afinal, para além de não gostar muito de mim, não gosto nada delas...
e isto serve para o Sócrates, para o Jesualdo Ferreira, para a Joaquina Francelina do talho e para qualquer outra pessoa a quem o barrete se enfie no recto....



Voltaire
e o Voltaren também

1 comentário:

  1. Dizia a Agnès Jaoui que "o gosto de uns é o gosto dos outros", mas isso são outras histórias...

    O teu desejo é lícito, duvido é que exista alguém a quem "o barrete não se enfie de vez em quando no recto"... Mais ou menos vezes, manda a natureza humana...

    Percebo o que dizes de qualquer forma...

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