segunda-feira, 27 de abril de 2009

Tantos vinte e cincos de abris

Penso que já não participava em comemorações do 25 de Abril haveria já cinco ou seis anos, aliás , talvez mais.

Desta feita, por obrigação mas também por vontade, participei de uma forma que a senti activa. Senti a força do 25 de Abril a diminuir ao segundo que se passava, senti o sentimento democrático doente e em convalescença, senti que quase ninguém se interessa pela recentíssima revolução e que os que o sentem, sentem duma forma religiosa. Este forma religiosa de sentir Abril assemelha-se aos beatos de Fátima, vão lá todos os anos, todos os anos andam para cima e para baixo com velas ou cravos, fazem umas patuscadas e bebem uns copos, gritam ou cantam umas palavras de ordem e depois vão para casa rebanhamente e assistem pela televisão ao cair e ao desgraçar duma ou outra infante democracia.

Outros há, que já gozam com o 25 de Abril, pudera, os pais deles não o sentiram e não o sentem, os seus professores não o viveram e não o vivem, os seus ídolos não o conheceram e não o conhecem, os seus governantes não o respeitaram e não o respeitam.

Ainda existem outros que não sabem nada do 25 de Abril, aquilo passa-lhes mesmo ao lado, ouvi alguém de um palanque a falar sobre :comemorar a independência do 25 de abril. Formei ainda uma ideia mais gira, que tal: Foi na guerra do 25 de Abril (não confundir com a Abrilada) que conseguimos a independência do Brasil.

E os outros, os desrespeitadores, os de Santa Comba Dão, os que dizem que o 25 de Abril é como outro dia qualquer, e que inauguram praças ou largos com o nome do Dr. Salazar por coincidência no dia 25... e os palhaços estrangeiros dos países eis comunistas que afinal acham que o Salazar é uma boa figura como pai de uma nação... e mais, e mais... e para que é que isto serviu?

Porra para isto.

Volteiro Maia

1 comentário: