sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Amiguinhos

O que é que vai dar este caso do Freeport de Alcochete?
Nada.

Os tios, os primos, os camones, os procuradores, os advogados, os juízes, os legisladores.... eles dão-se todos bem. Eles lá hão-de resolver isto. Não vale a pena a gentinha preocupar-se com isso. Vamos lá ver, o que é que aconteceu? Nada!
A máquina de propaganda do PS tinha atacado o PSD com os casos dos Bancos, com o Cavaco e o Dias Loureiro, estava-se à espera da retaliação, ela aí está... mas não vale a pena nos preocupar-nos, eles são todos amigos.
Amigos de quem?
Nossos, amigos dos governados???não me parece.
São amigos uns dos outros, porque precisam, ou já precisaram ou vão precisar. E nós, amanhã vamos ver a bola e discutir os erros dos árbitros. E, pronto, é assim!
E são amigos de quem, mais?
Do alheio. E quem é o alheio?
Ok, então eles não são nossos amigos mas são amigos das nossas coisas. Deixem lá!
Deixem-nos andar porque amanhã eles deixam-nos ver a bola. O Setúbal e o Guimarães até já jogaram hoje.


Charles Voltaire

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Sedaris

Não sei se gosto do David Sedaris, mas estive algum tempo a ouvir algumas estórias, e ri-me, para dentro, mas foi rir. Por isso se calhar gosto dele, ou então é simplesmente um comediante a fazer bem o seu trabalho... coisa que nós não estamos muito habituados, seja como for, quem não conhece, pode ir conhecer um bocadinho... David Sedaris...o nome dele. Youtubes e Myspaces e tal e coiso.




Voltaren

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Oh chefe posso dar-lhes uns tiros...

Tenho saudades do Duarte e Companhia, e agora graças à RTP Memória posso revê-lo, á ainda mais bonito, embora tenha saudades "de eu ser mais bonito" quando o via pela primeira vez.
A RTP Memória ajuda-nos, lembra-nos que a televisão em Portugal não foi sempre a merda que é hoje, ajuda-nos a recordar que o Dane era jogador do Guimarães e que o Abdul-Ghani era do Beira-Mar e talvez tenha sido o primeiro egípcio a jogar em Portugal. Isto já é bom só de si, mas mostrou-nos o Columbo outra vez, o Poirot, sei lá... tanta coisa...
Mas, este post não se trata de um louvor à RTP Memória, nem sequer de escárnio (merecido) aos actuais canais de tv generalistas, trata-se registar os saudosos, Duarte, o , o professor, o Átila , eles todos....
Só a imagem arrepia, as chalaças são simpáticas, as piadas são inteligentes, as vozes são boas, a música tem gosto, os actores não são putos parvos, sabem estar num cenário e no exterior, até os figurantes aparentam conhecer o seu trabalho, os adereços são marcantes, as tiradas fizeram história... porra , and so on, so on...

Mas não isso não interessa, o que interessa é fazer televisão à palete, kilos de pus, para a malta não pensar em nada de jeito, e ficar ali a olhar a alucinar com as cores berrantes,com as musicas estúpidas, com as calinadas dos textos horripilantes, pronto é assim, agora vem a parte da resignação. É assim, também não se pode pedir mais, muito já eles fazem, pelo menos tentam fazer. Não se gosta , não se vê.


" Talvez vocês não saibam mas aqui o meu ajudante () é o melhor atirador do mundo, se o Buffalo Bill fosse vivo tinha vergonha de sair à rua."

Ó se fosses vivo mandavas era uns tiros nesses malucos do riso, nesses morangos todos, nessas telenovelas do amor e da traição, da rica e da irmã pobre, mandavas uns tiros e mandava-os todos dar uma volta a um bilhar de merda.



Óh Chefe Voltaire

domingo, 25 de janeiro de 2009

Excerto de Ode ao Alentejo

"Alentejo seen from the train

Nothing with nothing around
and a few trees in between
none of wich very clearly green,
where no river or flower pays a visit
If there be a hell, I've found it,
for if ain´t here, where devil is it? "

Poema em inglês do Fernando Pessoa que li quando nem inglês conseguia ler. Lembro-me sempre dele sem tradução, pois só há muito pouco tempo li uma tradução, neste caso, do Jorge de Sena.

"Alentejo visto de comboio

Nada com só nada à volta
e umas árvores à mistura
nenhuma delas verdura,
que rio ou flor não enflora.
Se há inferno, dei com ele
pois se não é aqui, onde diabo será ele? "


Lembro-me vagamente de uma estória que envolve um carro parado, avariado, à beira duma antiga estrada nacional, que atravessava ( e ainda atravessa ) o Alentejo e que liga Lisboa e o centro do mundo português ao Algarve. Nessa estória, que me é real, não tenho certezas da minha presença efectiva no carro, porventura um Morris Marina verde, mas tenho certezas de que o trauma ficou durante anos da minha infância... e a travessia do Alentejo era dor, positivamente atenuada pela segurança familiar de reunião intima nos bancos dos vários automóveis que atravessaram connosco o descampado alentejano, bem como o ronronar de vários motores que nos levavam a uma sonolência pueril nos estofos de napa pretos.

... Foram muitas aquelas viagens de infância, depois foram também muitas as da juventude, essas carregadas de outras dores, assim como de outras alegrias ou seguranças...
...foi sem dúvida a viagem mais diz na minha vida.
Alguém disse que "em viagem se descobre mais e se conhece melhor, a nós próprios, que sentado ou parado a coçar o rabo".


Comecei pelo texto do Pessoa porque me lembro sempre dele quando penso no Alentejo, mas nunca quando lá estou. O que é paradigmático...
Fui pessoano nos estudos, estudei-o até me fartar, quis ser estudioso profissional da sua obra, mas não tive paciência (mea culpa) nem instrutores decentes, esqueci-me dele, acho que já nem o leio, mas ainda me lembro dele muitas vezes.
A minha relação com o Alentejo é muito similar ao F.P. tem vários heterónimos, é grande, é comprida, tem diferentes maneiras de sentir, diferentes maneiras de se mostrar, é estranha, é bonita e é química.
...

É a minha região predilecta, talvez ao lado do pequenino Algarve e da Puglia, eu, que, segundo uns amigos de Aljustrel sou só um alentejano sem travões...

...
Gosto da gastronomia, gosto de pescar em barragens, gosto de poejo e beldroegas, gosto do vinho, gosto das pessoas e das azeitonas encima da mesa, de Nisa a Castro Verde, gosto do queijo, gosto de Arraiolos, gosto mais do interior do que do litoral, e este Alentejo que eu gosto.

...
Agora, gosto de cantares alentejanos, gosto de coros de homens e mulheres esganiçadas mas lânguidas, gosto de como os alentejanos se queixam e de como resolvem as coisas, gosto da mesa cheia,de azeitonas, açorda, vinho, sorrisos e vozes, de branco com outras cores, de pão, migas, carne de porco, gosta de pouca gente, gosto de boa gente...


" Alentejo, terra do pãããão,
onde eu tenho a residêêêência,
acabou-se a azeitona,
meu trabalho pede ausêêêência

vou-me embora p'ra Lisboa
porque a vida cá é maááá
à busca de coisa boa
procuro, não encontro cá

Quando eu voltei no combooooio
que assoprava pela liiiinha
às vezes penso comigo, e digo,
não sei que sorte é a miiiinha,

Quando eu cheguei ao Barreeeeiro
montei-me no barco que passa o Teeeejo
Chora por mim qu'eu choro por ti,
já deixei o Alenteeeejo.



Nandinho Voltaren

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Três perguntas sobre Alcochete

- Desde quando é que facilitar encontros é crime?

- Desde quando é que ir a encontros facilitados pelo meu tio é mau?

- Este senhor é ministro? Uhmm, não vai longe!


Agora é só descobrir quem fez a respectiva pergunta: o promotor de empreendimentos Charles Smith, o nosso primeiro ministro ou o tio do Sócrates?


p.s.- quais escândalos estrangeiros qual carapuça, nós é que somos bons, já dizia o Pinto Monteiro.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Importa atentar para a nota de girapé

Nota de girapé-- Sinto-me bastante irritado com todos.

--
Vamos, dentro desta impunidade geral, imputar crimes contra a humanidade a muita gente. Vamos começar judicialmente pela senhora israelita.




Boa, agora, nós, e é na boa, vamos só ali esfodaçar um ou dois países que nunca nos fizeram nada! E depois, massacramos só três ou quatro punhaditos de gente numa repressão qualquer latino-americana, e já agora que estamos nisto, espancamos uns monges e cinco ou seis turistas que se metem lá no meio, e agora e ainda, só porque nos apetece fechamos sete ou oito empresas, para aquele senhor de cinquenta e dois anos, doido dos cornos, matar a ex-mulher, o namorado dela e as duas filhas.
Bora lá!


E eu nem gosto da senhora israelita.!
Forniquem-se senhores!

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Os carneiros

Só muito tarde na vida descobri que existiam signos, horóscopos e Mayas. O Oráculo de Belini era-me igual a um ocaso em Melides ou a um jogador de hóquei do Belize, sem falar em pizzas.
Talvez sentisse, como o resto do mundo sente, receio em relação ao desconhecido.

Só muito tarde comecei a perder trinta segundos de quinze em quinze dias a ler aquelas frasezinhas, e a minha vida não mudou absolutamente nada, nem sequer aprendi nada de novo sobre mim mesmo ou sobre os outros.

Depois, ainda mais tarde, quando conheci o jogo de sedução pensei que os signos fizessem parte dele:
-De que signo és?
-Carneiro.
-Aí bolas, não os suporto, a minha mãe é Carneiro, não me dou nada bem com ela, andamos sempre a discutir. Sabes, a minha mãe é professora e eu um dia também hei-de ser. Pelo menos, estou a estudar para isso, ali na faculdade de letras... bem que chatice seres Carneiro. Onde é que eu ia? Eu nem sou de cá, sou de Seia, mas vivo ali na Estefânia, por acaso tive sorte, um T2, divido com uma miúda de Faro, por acaso da-mo-nos bem, ela é Aquário. Olha, ela é que se dá bem com Carneiro. Tens que lá ir jantar um dia connosco, ela ia gostar conhecer-te. Vê lá tu, que ela já teve dois namorados carneiros. Não sei é se tu ias gostar dela, há muito gente que tem preconceitos com ela por ela ser gordinha. Temos que combinar isso. Agora é que me lembro, o meu primeiro amor de infância era Carneiro, o Luís , se não me engano , o meu primeiro beijo. A magia do primeiro beijo... na primária, ainda me lembro onde. Foi mais ou menos nesta altura do ano, sei porque estava assim um friozinho e caía uma chuvinha , como esta agora. Bem como eu estava nervosa, éramos umas crianças. Olha, já não tenho a certeza, se não era Carneiro era Peixes, era nessa altura do ano. Mas isso não interessa, o que interessa é que estamos aqui os dois, é pena é seres Carneiro.


E depois, percebi que era mesmo para isso que servia, para o engate...



Astrid Voltaren

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

O Arco-íris

Quem é que liga ao arco-íris?
Levantei os olhos e, entre umas casas e uma igreja, vi-o tão nitidamente que parecia que era ali que começava ou que acabava. Se não estivesse sozinho teria comentado com alguém, - não me lembro da ultima vez que olhei para um!

Fez-me lembrar o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo que o Sócrates enfim prometeu.

Embora nunca tenha tido o desejo de casar com uma pessoa do mesmo sexo, nem sequer com uma de sexo diferente, parece-me óbvio que seja permitido por lei o casamento entre duas pessoas com pilinha ou entre duas pessoas sem a mesma. Faço minhas as apologias básicas, as óbvias e as mais banais, as quais não carecem de mais defesas. Mas existe uma tão básica que até incomoda, e está relacionada com a ideia de "se pode fazer isto porque é que não pode fazer aquilo???". É tão simples, a questão, as pessoas que desejam casar com outras do mesmo sexo não são impedidas de comer, não são impedidas de trabalhar, não são impedidas de pagar impostos, não são impedidas de andar em transportes públicos, não são impedidos de manter relações sexuais com pessoas do mesmo sexo, não são impedidos de celebrar contratos legais com particulares ou com gerais e no entanto, são impedidos de celebrar um contrato que é o casamento civil num estado laico.
Dirão , pois, mas a lei diz... pois a lei diz muita coisa e quando não diz ,alguém decide pôr lá a dizer.

Assim que os deixaram alimentar-se, ir à tropa e tirar a carta agora têm que os deixar casar.
"os"= pessoas que desejam casar com pessoas do mesmo sexo.

E o Sócrates já o percebeu, talvez porque conhece alguém que deseje casar com uma pessoa do mesmo sexo, ou então, para tirar uns pontinhos percentuais aos senhores da esquerda que ele tanto inveja.

Seja como for, deixaram-nos crescer, deram-lhes trabalhos, não os puseram todos no Telhal, agora têm que deixá-los casar!!!!
Coitados dos Policarpos, já não bastava os muçulmanos com pilinha andarem a juntar-se a portugueses sem pilinha.!!!



segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Já andei a surrealizar por aí!

Hoje conversei dez ou quinze minutos com um Amigo. Nessa conversa digna de ser, por si própria, um post, apercebi-me, porque ele me chamou à atenção, que já não usava o surreal tanto como outrora. Penso sempre duas ou três vezes no que ele me diz, e assim sendo, pensei seriamente no que tem acontecido em mim que tem afastado o surrealismo da minha escrevinhura.

Bastaram cinco minutos para perceber, a atenção que ando a dedicar ao mundo abduziu-me do meu mundo de ideias surreais.
Talvez porque este mundo aparenta ser já de si bastante surreal.... ora vejamos comparações breves e giras que vou fazer agora:

eu escreveria- "Estava parado numa rotunda verde onde o He-man tinha derrotado, no dia anterior, O Fernando Mamede numa corrida de 10000 metros mariposa."

Hoje simplesmente apresento um facto - O George Bush foi "commander in chief" de uma das maiores potências mundiais durante dois mandatos.

Só mais uma( para ir dormir):
- Er. é o símbolo químico do Érbio mas no entanto todas as garrafas expostas são para consumo exclusivo neste estabelecimento.

-Os benfiquistas acreditam piamente e bradam aos céus que sempre foram prejudicados pelas arbitragens.

Conhecendo relativamente os compêndios surrealistas, hoje pergunto-me, fui eu que deixei de ser surreal ou o mundo anda a surrealizar-se por aí?

Pois é, ai Apollinaire, este mundo!


AndréJacques Voltaire

domingo, 18 de janeiro de 2009

Sabático

Sabático ao domingo.

sábado, 17 de janeiro de 2009

A descendência do Galo Capão

Faz hoje 110 anos que nasceu o Al Capone. Não tenho nenhum tipo de admiração por este tipo de gente, nem de uma forma romântica, como muitos admiram postumamente um ou outro que se destacou ou evidenciou na sua profissão. A profissão deste senhor era gangster, fazia parte duma coisa que para nós parece-nos longínqua, a Máfia. Mandava matar, matava, metia-se em negócios ilícitos, em todo o tipo de tráfico, obrigava os outros a comprarem-lhe segurança, fugia aos impostos, e tantas outras coisas que o mauzão fazia.

Teve, no entanto, distinções sociais importantes nos anos vinte, como por exemplo ser o Homem mais importante do ano, e outras merdas dessas.
Mas ele era mau. Mas porquê que ele era mau, hoje tudo se explica.

Aquilo na família deve ter começado mal, em primeiro lugar chamava-se Alphonsus Gabriel, que é basicamente nome de parvo. Com um nome destes tinha duas hipóteses: ou começava a arrear nos gajos que lhe chamavam Alphonsus Gabriel, colegas e professores ou seria um enrabadito o resto da vida. A escolha era fácil, vá de começar a arrear a torto e a direito nos irmãos, nos colegas e nos professores. Outro problema era a profissão do pai, barbeiro, ou seja , o cabeleireiro da altura, o coitado do Alphonsus ficou careca aos 14 anos e o pai gozava à brava com ele, dizia que podia trazer uns restinhos capilares lá da Barber Shop, e o miudo vá de arrear no pai e na mãe, a mãe não tinha tanta culpa mas estava lá a ouvir...
Mas o pior de tudo foi quando conheceu um gajo português de Gondomar que lhe começou a chamar Afonso Galo Capão, isto não parecia tão grave até conhecer um outro português de Oeiras que lhe explicou o que significava Galo Capão, e nem as explicações do gajo de Gondomar dizendo que era mais saboroso e tenrinho evitaram que o Alphonsus Gabriel o atirasse duma ponte abaixo. Talvez fosse este o único português que teve que ajudar a morrer, e o gajo de Oeiras o primeiro informador à séria que teve.
Com uma vida destas, e contando com a falha total de todas as instituições responsáveis pelo processo de socialização do individuo, um homem só se podia virar para o tráfico, as casas de apostas, os clubes nocturnos, ou seja , para as maldades.

Isto tudo para perceber, quem tirando os Sopranos, quem são os seguidores dos Capones, Gottis, dos Yales?
Uns gajos gordos de New Jersey, tipos eslavos de Odessa e Miami, pessoas que vão à opera de Messina e Palermo?
Não.
Traficantes de influências, corruptos, corruptores, fazedores de opinião, pressionadores de pessoas e instituições e lóbiistas?
Talvez.


Voltarenini

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Estado Febril

Estado Febril

Proíbem-te de ser homossexual casado
Proíbem-te de fumar aqui e ali
Faz tanta comichão, isto de ser controlado
Descansa que o Estado trata de ti

Toma lá um carro
televisão e 7 contas
vive preocupado e faz por ti
Toma lá macaco amendoins envenenados
e andamos pr'áqui asssim, assim

Obrigam-me a pagar todo o tipo de impostos
para tomar conta do país
Fecham hospitais
fazem estudos de milhões
Descansa que o Estado trata de ti

Mais desempregados
Má educação
Espalham-se uns estádio por aí
Queremos só o bem
Não, não há conspiração
Descansa que o Estado trata de ti

Olhó referendo
Olha ó passarinho
São manobras que eu já vi
Toma lá uns trocos
Vai p´ra casa sogadito
Descansa que o Estado trata de ti

Olá boa tarde
Tenho queixa a apresentar
levei porrada de um Sr. Agente
O cidadão não vê que aqui na PSP
Só pode ser o cidadão que mente


Olá boa tarde
daqui fala o cidadão
a quem tiram dinheiro todo o mês
Queria só saber quanto mais preciso dar
E com o que já dei o que se fez?

Santa hipocrisia
Com prestígio secular
descumbram uma saída
Pois então

Olá Camões
queria ver
como farias
P´ra poetizar a situação


Mais desempregados
Má educação
Espalham-se uns estádio por aí
Queremos só o bem
Não, não há conspiração
Descansa que o Estado trata de ti

Olhó referendo
Olha ó passarinho
São manobras que eu já vi
Toma lá uns trocos
Vai p´ra casa sogadito
Descansa que o Estado trata de ti



Se tudo falhar
Investimos na igreja
na fezada do Senhor
Avé Maria
Dizem que nada sobeja
depois de um monumento erguido à dor

Viva o Marinhense
Viva o sindicato
O poder ao povo de Abril
Vai-se a ver a coisa
Não é lebre nem é gato
É dormência num estado febril
É dormência num estado febril

Carlos Martins





Queríamos escrever mais umas coisas, mas parece que já está tudo dito, Carlos!
Ouça-na musicada em www.myspace.com/carlosguerramartins ...

Carlitos Voltaire

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

O Riso de Bergson

Henri Bergson começa assim o seu ensaio sobre o significado do cómico:
"Que significa o riso? o que há no fundo do risível? o que haverá de comum entre uma careta de palhaço, um jogo de palavras, um quiproquó de vaudeville, uma cena de fina comédia? que destilação nos dará a essência, sempre a mesma, da qual tantos produtos diversos tiram o seu indiscreto aroma ou o seu delicado perfume? Os maiores pensadores, desde Aristóteles, se têm preocupado com este pequeno problema que sempre se subtrai ao esforço, escorrega, se escapa e torna a reviver, como impertinente desafio lançado à especulação filosófica."

O cómico e o riso sempre fizeram parte de nós, por isso, entre outros, lemos Bergson. Ele dá-nos, na nossa modesta opinião, uma aprofundada e concludente visão através e sobre o cómico. Já lemos por duas vezes o estudo, gostamos dele e todos os que têm a pretensão de ser humoristas ou basicamente quem tem a mania que é engraçado, devia lê-lo pelo menos uma vez.
Bergson apresenta em três capítulos uma profunda e levemente exaustiva argumentação filosófica sobre as importantes áreas do cómico.
A saber, Cap.I- Do Cómico em Geral- o Cómico das formas e o Cómico dos movimentos- Força de expansão do Cómico--- Cap.II O Cómico de situação e o Cómico de palavras---- CAp.III O Cómico de carácter.
Um dia, seriamente, poderíamos "entesar" um pouco sobre a sua tese... Talvez num blogue menos sério...

Hoje importa tirar, absolutamente, uma frase do contexto.
"É pelo dos robertos que devemos começar."

Pensemos, escrevamos, é p´los Robertos que devemos começar... a rir.
E não é assim tão difícil, temos o Roberto Leal que se veste de branco, fala de uma maneira estranha e tem um filho gordo, o Roberto Carneiro que teve uns trinta filhos e não fez nada pela educação em Portugal, o Roberto Carlos que ainda gosta do corte de cabelo que usa, o Robert Murat, pivot e tradutor detective, arguido e cara de sabão entre tantos outros...
È um bom exercício pensar nos robertos que nos fazem rir...

Bergson tinha razão.



Henri Robert Voltaire

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Coisita boa ou razoável

A última coisa a morrer é a esperança, e por isso ainda espero,sentado, que venha alguma coisa de jeito da América, em concreto, dos seus estados unidos.

Não digo que espaçadamente não venha de lá alguma coisa boa, o que eu falo ou escrevo, é de uma coisa fantástica, uma coisita razoável, menos má, ou seja que não cheire a uma mistura de enxofre com estrume.
Algo não nauseabundo!
Mas preocupa-me que eles (os maus) como difusores de uma cultura, infelizmente para nós que crescemos sob o seu domínio, tenham sempre muito a dar, e dão e dão e dão e nós recebemos.
Quando era mais novo não me lembro de separar convenientemente o trigo do joio. Agora talvez exagere em achar que tudo é joio. Mas, não parece trigo, não cheira a trigo, não sabe a trigo, o que é que será? Pode ser merda, mas eu acho que é joio.

Pensando bem, talvez metade do mundo civilizado espere que este Obama seja uma coisa não nauseabunda, no entanto, o meu cepticismo, o meu negativismo, e a atenção para com os os movimentos sociais, geo-políticos e politico-económicos permitem-me distinguir ali um odor a enxofre, ou então um cheirinho a estrume.
Então o que é que vem de bom dos Estados Unidos?

Sem lições históricas da maldade imperialista, que fica para outra altura, e não esquecendo que ao longo dos anos e principalmente nas vertentes artísticas e científicas foram aparecendo coisitas razoáveis e algumas boas; pergunto: Qual a coisa boa que virá dos Estados Unidos em 2009?
Obama?
Não me parece...

Por agora aposto no novo álbum dos Sonic Youth que estará pronto para Junho...
Depois falamos....

p.s- O Hugo Chávez pede uma mudança na política externa americana, eu acredito mais no álbum dos Sonic Youth.

Noam Voltaren

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

São Petersburgo

Tenho uma pancada por S.Petersburgo, sempre tive, nunca soube muito bem porquê. Nunca lá fui...
Lembro que a primeira ideia que tive sobre o "enamoramento" com essa cidade que não conheço pessoalmente apareceu em forma de livros; o conto "Perspectiva Nevsky" de Gogol e (entre outros) as "Noites Brancas" de Dostoievski. Depois o conhecer teórico das noites brancas, noites oníricas, míticas e mágicas que iluminam a cidade quando o sol pouco se põe e a noite continua dia. Entretanto coleccionando imagens sonhadas, descritas, lidas e vistas foi-se adensando o mistério, porquê S.Petersburgo?
A compulsiva leitura dos russos, durante os primeiros anos de juventude, ajudara, com certeza. As pesquisas aleatórias e intemporais, nas quais fui descobrindo a sua história, como um capricho do Czar Pedro o Grande fez com que se erigisse a partir de pântanos uma majestosa cidade com tanta grandiosidade e opulência, de como a génese do ballet russo paira naquelas pontes e canais e etc...
Tudo isto fez com que um dia em Barcelona, num jantar bastante regado, prometesse a um amigo que passaríamos temporadas incríveis nessa cidade. Um dia vamos fazê-lo.


Mas hoje tudo clareou, descobri que toda a admiração que mantenho por S.Petersburgo é da culpa dos seus arqui-rivais americanos.
A culpa é do Mississipi, da tia Polly, do Huck, do Joe o Índio,da Becky, da prima sexy do Tom Sawyer, da sua cidade sulista americana com aquelas casas vitorianas tipo plantação de algodão, com mercearias de madeira na única rua da cidade chamada S.Petersburgo.


Joãozinho Voltaire

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

"Cristianito Portugal"

O Cristiano Ronaldo foi eleito o melhor jogador do mundo e todos falam disso.
Vimos em directo( em vários canais) a cerimónia, vimos o bronze de salão na cara da apresentadora e na cara do "maior", vimos o Pelé bêbado, vimos penteados infinitamente desagradáveis, sessões de reconciliação política que a FIFA tal ONU conseguiu promover; tudo parecia indicar tv de qualidade e assim foi... E assim parece que não vai parar, a RTP a SIC e as outras vão continuar parece que durante semanas... Muito Bem
No Hollywood está a dar o Imperdoável enquanto nos outros parece que não acaba o Inaceitável...

Rui Voltaire

domingo, 11 de janeiro de 2009

Publicidade jeitosa ou pura má educação

Os jogos da Liga Portuguesa de Futebol, chamada Liga Sagres tem novos elementos nos cortejos e apresentação dos jogadores à bancada central de sócios.
São três ou quatro meninas de mini-saias e "camisetas" Sagres nos peitos, algumas delas bem jeitosas. Obviamente esta será uma das vertentes científicas da Publicidade- a publicidade jeitosa.
Aquela publicidade do champô, do sabonete e do perfume. Aquela publicidade da Tahiti, da Dove, da Head and Shoulders, da Dolce&Gabbana , da Acqua de Gio : onde tudo o que interessa são os bocados de pele descobertos que aparecem no ecrã, especialmente do meio das costas para baixo e do umbigo para cima. Até gostamos disso. Mas esta não é publicidade jeitosa por ser boa publicidade...
É por ter meninas e meninos jeitosos o que também não é mau...
mas não deixa de ser parvo!

Mas voltando ao futebol e à Liga Sagres as meninas entram em campo e ficam entre os árbitros o que por si já é trabalho a mais para os 25 € que recebem por noite(tendo em conta que a maior parte dos árbitros cheira bastante mal).
Contudo o cerne desta questão publicitária encontra-se numa clara demonstração de falta de respeito e má educação de várias partes; dos árbitros e dos jogadores, e duma clara demonstração de parvoíce por parte das supostas modelos de 25€/noite que aceitam de bom grado a outra demonstração de parvoíce mal educada.
O que acontece é o seguinte: os jogadores, depois da apresentação aos sócios, viram-se para os adversários e para os árbitros que estão no meio, intercalados por meninas Sagres, e avançam cumprimentando-se uns aos outros e aos árbitros por vezes mais do que uma vez e ignoram quase com desdém a presença das meninas que sonham um dia ganhar 100€/noite, ou até mais, conforme a Companhia.
A certa altura pensámos que haveriam instruções da Liga, depois pensámos noutras razões, pelas quais aquela manifestação (aliás a falta dela) acontecia:
-para evitar o desconforto de jogadores como o Pedro Emanuel e o Luís Filipe quando trocassem olhares com as meninas;
-com receio de desmaios das meninas à passagem de tão valiosos sex symbols como o Miguel Veloso ou os "caracolinhos" do David Luiz;
-com receio de agressões físicas por parte do Bynia e do Bruno Alves;
-de verbalizações parvas dos meninos mimados chateados com o presente como o João Pereira e o Hélder Barbosa;
-ou então pediram às meninas para ignorá-los, possivelmente para as proteger da gonorreia verbal próxima de pessoas como o Manuel Cajuda;
-ou do sífilis oral contagioso do Jesualdo Ferreira...
Mas depois percebemos que é simplesmente uma vergonha, uma simples e pura má educação.
É basicamente desconhecimento das bases da conduta cívica e social. É só desprezo de quem não sabe e nunca lhe foi ensinado o respeito para com os outros, é só abominável...
E no fim de tudo é só uma parvoíce perpetuada por parvos.

sábado, 10 de janeiro de 2009

Semanário Expresso 2

Umas quantas questões e uma resposta sobre a nossa/vossa crise/recessão/possível deflação nacional/mundial.

Li:

"Em 2008,segundo os números do Labor Department ontem divulgados, a economia americana perdeu 2,6 milhões de postos de trabalho."

"Se amanhã quiséssemos ou tivéssemos de pagar subitamente tudo aquilo que Portugal deve ao estrangeiro, o Estado, as empresas e os cidadãos teriam de viver dez meses sem um único euro; é isso que representa uma dívida que já vai em 90% do PIB."
crónica de Miguel Sousa Tavares

"A bolsa (russa) perdeu dois terços do seu valor, uma série de bancos tiveram que ser salvos pelo governo, os investidores internacionais retiraram enormes quantidades de dinheiro do país e o rublo tem estado em queda livre."

" Em Kiev a situação é ainda pior. A moeda perdeu 60% do valor. A quebra da produção industrial é enorme. Para 2009 espera-se uma contracção da economia entre 2,5 e 5% e uma taxa de inflação de 17.5-14.2 ."
crónica de Miguel Monjardino

" A taxa de inflação na zona euro caiu abruptamente de 4% para 1,6% em seis meses..."

"51% foi a queda do índice PSI-20 em 2008. Em alguns países, o tombo ultrapassou os 60%."

" 8 milhões de novos desempregados são esperados até 2010 nos países da OCDE."

" (face à derrocada da libra e uma vez que) são os ingleses que tradicionalmente alimentam o turismo do Algarve, assegurando 60% do tráfego no aeroporto de Faro, agora as reservas da região estão 40% abaixo dos níveis habituais..."

"Até à data, a perda de capitalização bolsista já somou 32.000 mil milhões de dólares o equivalente a metade da riqueza mundial."

A resposta:

Um amigo meu ouviu um amigo dele que não era ele nem eu a dizer: "-O que é que eu tenho a ver com isso, tenho uma pila grande e funciona, vou comprar um carro novo e o Benfica joga esta noite!"
crónica do José Manuel Voltaire

semanário Expresso 1

No primeiro caderno do semanário Expresso deste sábado fala-se de pornografia. O que sinceramente achamos bastante normal, tendo em conta os filmes porno que proliferam na vida social, política, judicial e desportiva do nosso país.
No entanto, neste caso específico, fala-se dos Estados Unidos, das grandes corporações de indústrias pornográficas que pedem ao estado o mesmo tratamento económico que é dado à indústria automóvel e não só, nestes tempos de crise/recessão.
Argumenta então um célebre Larry Flynt, aquele personagem que para muitos de nós não passará nunca dum bigodaças entrevado numa cadeira de rodas a tentar satisfazer por via de cunnilingus uma quase transparente de sangue azul Courtney Love numa cama de corcel ou qualquer coisa assim... bem, ou seja , argumenta ele que "os americanos podem passar sem carros e essas coisas mas não sobrevivem sem sexo".
Ora nós percebemos que os americanos possam realmente passar sem carros e essas coisas mas pensamos também que possam passar sem sexo... o que não lhes pode faltar é o onanismo, a masturbação e a punheta. Por isso não deviam falar de sexo assim no geral, sexo são outras coisas também, e é uma outra coisa. É uma outra coisa que só poucos já conhecem lá para esses lados.
Porquê?
Está à vista de quem quer ver. Quando quem lhes ensina o sexo são professores medíocres nas escolas medíocres, o Mickey Rourke na Orquídea Selvagem, as strippers noutras Orquídeas Selvagens e principalmente uma senhora escanzelada, a puxar para o muito feio, sem passado sexual aparente e com nome de cantora pimba precedido de Dr. quando no máximo devia ser precedido de D.J.--- o país deve ir muito mal... portanto um conselho
STICK to the Handjob. É a nossa opinião.


p.s.- Não conseguimos esquecer o recente caso de masturbação mental na eleição de Obama depois de tantos anos de stick na mão da governação púbica republicana. Mas faz sentido onânico.

Voltaren

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Desejos de Bom Ano Novo

Temos a certeza que se Voltaire fosse vivo e que se o Voltaren falasse desejariam bom ano à maior parte das pessoas deste planeta.